‘A Arte da Quietude’: uma viagem de autoconhecimento, porém, sem grandes emoções
Correria. Falta de tempo. Quem nunca desejou que o dia tivesse mais de 24 horas só para realizar aquela atividade extra? Se você é daqueles que quase diariamente anseiam por umas horas a mais, que tal uma viagem? Legal, não? É sempre bom sair da rotina e espairecer! No entanto, que tal viajar para “lugar nenhum”? Bem, não fiquem assustados, mas essa sugestão é do escritor especializado em retratar viagens, Pico Iyer. Na obra A Arte da Quietude, segundo volume da série TED Books, publicado pela editora Alaúde, o autor convida o público a fugir da loucura da vida moderna, desacelerando e indo em busca da introspecção, do autoconhecimento.
A Arte da Quietude cumpre a proposta do TED Books, grandes ideias em rápidas leituras, mas a leitura em si é um pouco cansativa. O autor não traz muitos novos elementos da palestra (que você poderá ver clicando aqui) para o livro e os argumentos que são utilizados, ao longo da obra, ficam repetitivos, o que, se tratando de uma publicação curta, fica mais aparente. Pico Iyer tem grande conhecimento no assunto, isto é inegável, e a sua carreira de “viajante profissional” dá respaldo para o texto, porém, alguma coisa ali não fluiu.
Mesmo com um tema que me despertou interesse (afinal, também vivo na correria), não consegui me envolver o suficiente com a obra. Acredito que, se o autor colocasse mais elementos narrativos e amarrasse melhor as ideias, conseguiria prender mais o público. A sensação que tive foi de ler uma reportagem longa de revista científica, com relatos pessoais.
Apesar desta falta de engajamento, A Arte da Quietude traz uma divisão bem interessante. Entre os capítulos da publicação são inseridas imagens abstratas, como se o livro voltasse para o leitor e dissesse: “Relaxe! Desocupe a mente. Viaje para lugar nenhum!”. É bem convidativo e condizente com a proposta do volume. Uma das melhores sacadas da obra.
A mensagem do livro, por sua vez, é bem interessante e, certamente, será a luz para várias pessoas que estão com suas rotinas atribuladas. Pensando por esse lado, considero que A Arte da Quietude cumpriu com o seu objetivo de, pelo menos, trazer o tema para debates. Contudo, poderia ter sido melhor desenvolvido.
Apaixonado por histórias, tramas e personagens. É o tipo de leitor que fica obsessivamente tentando adivinhar o que vai acontecer, porém gosta de ser surpreendido. Independente do gênero, dispensando apenas os romances melosos, prefere os livros digitais aos impressos, pois, assim, ele pode carregar para qualquer lugar.