Entrevista: Rafael Mantesso
Em bate papo com o Vai Lendo, Rafael Mantesso falou sobre o seu amor por Jimmy, seu fiel e companheiro bull terrier, que o levou a publicar o livro ‘Um Cão Chamado Jimmy’
Um amor incondicional. Uma verdadeira relação de amizade, respeito, lealdade e segurança. Que transcende o tempo e ignora, até mesmo, as diferenças entre as espécies. Assim são Rafael Mantesso e Jimmy Choo. O primeiro é publicitário e artista. Já o outro, um bull terrier. Sim, estamos falando daquele elo inquebrável, aquele sentimento que só quem possui um animal de estimação, ou melhor, um amigo/filho é capaz de saber e entender do que se trata: o homem e seu cachorro. O talento e a criatividade de um misturados ao carisma do outro transformaram a dupla num sucesso virtual e mundial, a partir de imagens feitas por Rafael de Jimmy nas mais variadas situações imaginadas por seu dono, que, logo, os levaram para as estantes de nossas casas. Lançado recentemente, Um Cão Chamado Jimmy, publicado pela editora Intrínseca, mostra nitidamente não apenas a habilidade dos desenhos de Rafael e o bom comportamento de Jimmy, mas principalmente a união desses dois e a confiança que um passa para o outro.
Jimmy não é apenas o fiel companheiro de Rafael. Ele foi a sua válvula de escape num momento turbulento da vida do dono – a separação – e, acima de tudo, a sua grande inspiração, ajudando Rafael a redescobrir o seu amor pelo desenho. Tanto que o livro, explicou Rafael, é uma verdadeira homenagem ao seu amigo canino, a “pessoa” com a qual se importa verdadeiramente e que está sempre do seu lado, independente da situação ou condição.
“O Jimmy é a minha pessoa preferida no mundo, disparado”, declarou Rafael em entrevista exclusiva ao Vai Lendo. “Ele é a prova do amor incondicional. Ele não está nem aí para o carro que eu tenho, em que apartamento eu moro, que roupa que eu uso, que brinquedo eu dou para ele. Ele não se importa com isso, ele quer a minha atenção, quer que eu retorne para ele o carinho que ele me dá. É simples assim! Ele não está nem aí se eu me divorciei, se eu não tenho mais nada. Se eu to bem de vida. Ele não se importa com isso. Para ele é importante que eu pare, por uma hora do meu dia, seja ela qual for, e dê atenção para ele, que eu brinque com ele. Isso é muito legal. Então essa é a ideia do livro, desde o início. Mostrar para os outros o quanto a raça é incrível e, em particular, o quanto o Jimmy é incrível. Este é o objetivo acima de tudo!”.
Amante do humor, o artista disse também que o mais importante em seu trabalho são as suas boas intenções, o que ele quer e vai passar para as pessoas. Rafael, que garantiu não se considerar um bom fotógrafo nem desenhista, porém um artista com boas intenções, afirmou gostar de tudo um pouco desde os clássicos, incluindo Picasso, Van Gogh e Salvador Dali, até os renascentistas. Sem especificar um gosto artístico, ele ressaltou que é preciso, no geral, ter humor, aquele aspecto lúdico, a provocação. A produção das fotos com Jimmy, por sua vez, é um processo extremamente natural e varia, especialmente, de acordo com o próprio Jimmy, que tem “a última palavra”. A preocupação com o bem estar de seu fiel companheiro e “muso” é prioridade durante todo o tempo. Apesar da consciência de ter algo bastante chamativo em suas mãos (as fotos de seu cachorro baseadas em ilustrações), Rafael admitiu que não esperava ter seu trabalho transformado em livro, o que, para ele, é a representação do reconhecimento do seu trabalho e principalmente do próprio Jimmy (da sua raça).
“Desde a primeira foto que postei, eu sempre me preocupei em tentar não colocar legendas nas fotos para que elas pudessem ser interpretadas por qualquer pessoa, de qualquer idade, de qualquer país”, confirmou. ” E eu sempre quis colocar o Jimmy em posição de destaque. Nunca quis usar cor nos desenhos para que ele sumisse. Então, dizer que eu não queria que fizesse sucesso, que eu não imaginava, é meio que mentira, sabe? Uma hora ia funcionar porque era uma coisa inédita. Uma hora ia estourar porque era inédito e, modéstia à parte, é muito bem feito. É muito engraçado. Não tem como não gostar. Eu nunca imaginei que isso poderia virar um livro. O livro foi consequência disso. Porque as redes sociais são aquilo: você tira uma foto, aí, alguém marca outra pessoa na foto, que marca outra, e a coisa acaba indo embora. Isso é uma coisa; é fácil você ir lá dar um like numa foto minha. Agora, ir na livraria comprar um livro já é outra conversa. O livro é legal porque é uma repercussão da própria rede social. Do mesmo jeito que tem fã do mundo inteiro, que segue a gente no Instagram, por exemplo, tem gente do mundo inteiro comprando o livro. Essa semana, por exemplo, eu fui desenhar na vitrine de uma loja, aqui em São Paulo, para promover o livro e eu fiquei lá depois de terminar o desenho. Fiquei lá por mais uns 40 minutos assinando livros de pessoas que me viram e foram levar. Então, acho que isso é muito legal. É o resultado. É natural receber esse carinho de quem está ali. E a vida do Jimmy não mudou muito, a rotina dele é a mesma. Ele tem uma rotina de sair de dia, antes de eu vir trabalhar. Ele sai comigo e a gente passeia. Agora, eu chego em casa, passeio de novo. Mas uma coisa que mudou é que, antes, as pessoas tinham medo dele. Atravessavam a rua com medo dele. Hoje, as pessoas reconhecem ele e atravessam a rua para falar com ele. Agora, tem gente indo atrás dele, ao invés de fugir dele”.
Apaixonado por Jimmy e por cães, Rafael pretende aproveitar o sucesso para fazer algo em prol dos companheiros caninos. Junto com Jimmy, o artista pretende utilizar o seu talento para, de acordo com ele, “fazer algo de útil” com a sua arte.
“O desenho é uma forma de eu me expressar, de eu colocar para fora alguma angústia, algum sentimento que está ali”, refletiu. “E fazer isso para muitas pessoas tem peso dois. Uma coisa é você fazer isso em casa e guardar dentro de uma gaveta. Agora, você fazer isso para quase 500 mil pessoas verem é mais legal. Meu próximo passo é justamente tentar usar essa visibilidade que o Jimmy ganhou para fazer alguma coisa de bom para outros cães, de usar a visibilidade dele para ajudar outros projetos. Se vai ter livro dois ou não é meio que uma consequência natural da vida. O primeiro precisa ser bom para, daí sim, pensar num segundo. O que eu quero fazer agora é aproveitar a visibilidade que ele tem para fazer alguma coisa de útil, porque senão isso fica vazio”.
Quer saber mais sobre o livro Um Cão Chamado Jimmy? Confira a nossa resenha.
Ainda não conhece o Jimmy? Visite o Instagram de Rafael Mantesso e encante-se!
Saiba onde comprar:
Livraria Cultura – Livraria da Travessa – Livraria da Folha – Saraiva – Submarino
2 Comentários
Virtual server
Excelente e pouco para expressar esse trabalho tao grandioso do Jimmy e seu assistente o Rafael. Parabens dupla.
Juliana d'Arêde
Eles são maravilhosos, né??
Sou fã também!! 🙂
Obrigada pelo comentário!
Bjs,
Juliana