Semana Especial ‘O Regresso’ – Intrínseca
‘O Regresso’, livro de Michael Punke baseado em fatos reais, deu origem ao filme que consagrou Leonardo DiCaprio no Oscar 2016
Você, como praticamente meio mundo, deve ter ficado acordado(a) até tarde para assistir ao Oscar 2016, que aconteceu no último domingo (29). E pelo mesmo motivo que todos nós: Leonardo DiCaprio. Quem não comemorou a vitória do ator, após tantos anos batendo na trave? A comoção foi tamanha que teve até um grupo de fãs russos prometendo criar a sua própria estatueta para dar ao artista. Mas não foi necessário porque, como todos esperavam, ela finalmente veio por seu papel visceral em O Regresso. O filme é inspirado em um livro – baseado em fatos reais – lançado aqui no Brasil pela Intrínseca e, por isso, o Vai Lendo está participando da “Semana Especial O Regresso”, realizada pela editora.
A ideia é falarmos justamente sobre o filme, DiCaprio, o livro, entre outros assuntos relacionados. Escritor por Michael Punke, a obra literária apresenta a história impressionante do caçador de ursos Hugh Glass, considerado uma lenda nos Estados Unidos. No livro, acompanhamos a jornada de Glass e seus companheiros desbravadores que, em 1823, faziam parte da Companhia de Peles Montanhas Rochosas e exploravam as terras ainda desconhecidas do país. Regularmente, eles enfrentavam obstáculos e diversas dificuldades pelo caminho, entre elas o clima implacável, os animais selvagens, além da ameaça constante de confronto com os índios.
E foi justamente em uma dessas missões que Glass, um dos mais experientes do grupo, teve o seu infortúnio. Ao ser atacado por um urso-cinzento, ele fica gravemente ferido, com poucas chances de sobreviver. Abandonado por seus homens, ele fica à própria sorte, apenas com armas e alguns suprimentos, além de um único desejo: vingança.
No filme, Glass é retratado por Leonardo DiCaprio, que levou à risca o papel, submetendo-se também a condições tão precárias quanto as que o verdadeiro Hugh Glass enfrentou. Sim, teve clima abaixo de zero e alimentação à base de carne crua. E, sinceramente, depois de tudo isso e de seu personagem no filme passar por todas aquelas provações, se DiCaprio não ganhasse o Oscar esse ano, não sabemos o que mais ele poderia tentar. Aliás, melhor nem imaginar.
A adaptação cinematográfica é árdua, pesada, completamente arrebatadora e incômoda, principalmente para aqueles que têm estômago fraco. Não à toa, o filme foi o recordista de indicações este ano, com 12, faturando três: além de Melhor Ator (para DiCaprio), Melhor Fotografia e o mexicano Alejandro Iñárritu foi consagrado pela segunda vez seguida com o Oscar de Melhor Diretor. Obviamente, por ser uma obra BASEADA em um livro, ela possui algumas diferenças em relação ao romance, entre elas o fato de, no livro, ainda que tenhamos o ponto de vista de vários personagens, o foco é basicamente em Hugh, sua mente, seu ponto de vista, sendo que, no filme, os acontecimentos são mais abrangentes. E esse fato desencadeia a maior alteração de todas entre as duas histórias, porém, não iremos nos aprofundar mais para não estragar a surpresa e a experiência para os demais leitores.
Quanto a Leonardo DiCaprio, ah, Leo, a gente já sabia, né? Era quase possível ver nos olhos do ator a sua vontade de finalmente ter seu talento reconhecido. Pode não ter sido a nossa atuação preferida dele, mas, com certeza, justificável e merecido o Oscar. Principalmente pela coragem. DiCaprio pode ter feito algumas escolhas, no mínimo, discutíveis durante a sua carreira, mas o que não se pode negar é a evolução do ator e seu amadurecimento nas telas. E fora delas também. Prova disso foi seu discurso de agradecimento todo em prol de questões ambientais. A verdade é que nunca antes na história deste mundo os povos se uniram em uma mesma torcida. Este Oscar, com certeza, ficará na história. E nós, leitores e cinéfilos, agradecemos.
Confira também a lista de filmes indicados ao Oscar 2016 baseados em livros