Jogos Macabros, de R. L. Stine | Resenha
Jogos Macabros: vamos ler terror, jovens?
O clima de terror invadiu o Vai Lendo. E, como não há idade para sentir os arrepios da literatura, vamos falar hoje de Jogos Macabros, publicado pela Globo Alt. O livro é escrito por R. L. Stine, que se consagrou na década de 90 com a coleção Rua do Medo, além de ser um dos autores da série GooseBumps.
Antes de analisar propriamente Jogos Macabros, preciso fazer um adento de como foi nostálgica a leitura. Mesmo não sendo um leitor ávido quando criança/adolescente, a obra carrega toda a essência do gênero terror, digamos assim, para iniciantes, que de uma forma eu consumi nos seriados e filmes, e foi influenciada por R. L. Stine. A recordação foi inevitável (fiquei muito emotivo, risos!)
Mas vamos falar de Jogos Macabros. Vamos retornar à Shadyside, nos EUA, conhecida por acontecimentos misteriosos e aterrorizantes…
Rachel Martin está nas nuvens. O garoto por quem é apaixonada a convidou para a sua festa de aniversário. Tudo indica que vai ser o auge da sua adolescência. O problema é que esse garoto é ninguém menos que Brendan Fear, membro de uma família rica da cidade e, digamos assim, sinistra. Apesar de todos os avisos, Rachel é irredutível. E decide curtir a festa na mansão dos Fear em uma ilha afastada.
Agora, Rachel. Aguente as consequências…
Na festa, Brendan decide aproveitar o clima da casa para curtir umas brincadeiras, porém, o jogo sai de controle e jovens começam a aparecer mortos. Sinistro, não? E o “melhor” são os recadinhos junto aos corpos. Bem sádico esse assassino…
A trama trilha mais o caminho do serial killer, apesar de umas pitadas sobrenaturais. A princípio, até pelo ambiente, esperava acontecimentos inexplicáveis, mas Jogos Macabros não decepciona naquilo que se propõe. R. L. Stine se apropria muito bem dos clichês, apesar de pequenas falhas de continuidade, e faz uma narrativa instigante, prendendo o leitor. Sério, todo o capítulo tem um gancho que te prende no universo.
Para o jovem leitor este artifício é fantástico. Afinal, o difícil, quando se é iniciante, é dar continuidade a uma leitura. Com tantas distrações, é preciso a todo o momento um estímulo para seguir adiante. Jogos Macabros induz a continuar.
Por mais que o terror seja subestimado, é interessante observar que o gênero pode ser a porta para a leitura. Jovens, principalmente, gostam de sentir medo. Sentir que ultrapassaram um obstáculo. Além do interesse no inexplicável. É claro, nas devidas proporções para a idade. Fiquei pensando: “ia me amarrar em ler Jogos Macabros nos meus 12/13 anos”. E em como poderia ter entrado muito no mundo da leitura, amtes.
Sei que fugi um pouco da proposta da resenha. Mas não queria fazer um texto crítico frio, nem acho que seria apropriado fazer um de fã apaixonado (já que não sou mais o público-alvo do livro). Até porque, o que mais Jogos Macabros me proporcionou, além da nostalgia, foi um sentimento de como gostaria de ler esta obra na juventude, um questionamento de que a barreira na leitura também pode ser uma questão de gênero.
Como fã de terror e, aproveitando as celebrações do Halloween, fica mais um convite aos jovens para se arriscarem na leitura, através do medo. Aceitam o desafio? Coragem!