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A Biblioteca Invisível, de Genevieve Cogman | Resenha

‘A Biblioteca Invisível’: livros, bibliotecas, dragões e steampunk.

Desde a primeira vez que vi o anúncio do lançamento do livro A Biblioteca Invisível, da autora Genevieve Cogman, publicado pela editora Morro Branco, uma editora bem nova no mercado, eu quis ler esse livro. E a história é realmente muito boa, como escritora, quisera eu ter tido uma ideia tão bacana, francamente.

A história tem como protagonista a bibliotecária Irene, cujo dever é partir em missões para resgatar livros raros a mando da biblioteca.

Mas o que seria essa biblioteca?

Bom, pessoalmente, eu acho que deve ser um lugar fantástico. Mas tire suas próprias conclusões quando ler o livro.

Divulgação

O fato é que em A Biblioteca Invisível, Irene é mandada para um mundo steampunk, em busca de um manuscrito raríssimo dos Irmãos Grimm,  uma história muito procurada por outras pessoas e, inclusive, pelo grande inimigo da biblioteca e terror de todos os bibliotecários, o traidor Alberich. Tendo ao seu lado o seu aprendiz Kai, que também tem os seus segredinhos, e uma amizade improvável com um detetive cheio de manias e deduções, Irene terá que enfrentar poucas e boas nesse mundo, como feéricos loucos e com um senso de estilo peculiar, máquinas assassinas, Alberich e até jacarés modificados.

Bom, admito que é uma premissa bem doida, mas, se quiser entender tudo o que eu falei acima, sugiro que leiam o livro.

Como eu já disse, a ideia geral da história é muito, muito boa e acho difícil que algum amante de livros não vá se identificar. No entanto, devo apontar algumas características que não me agradaram.

‘A Biblioteca Invisível’/ Foto: Carol Defanti

Como o mau uso de muitos, ou quase todos, os personagens. De fato, apenas uma personagem me pareceu ser explorada de maneira um pouco mais completa, que foi a protagonista Irene, mas, bem, se nem o protagonista fosse bem construído, aí seria um problema realmente sério. Mas os demais personagens, como o aprendiz Kai, o detetive Vale, o feérico Silver e o vilão Alberich foram notoriamente negligenciados. Como não houve qualquer tipo de aprofundamento em relação a eles, deu a impressão de que a autora saiu colocando personagens na história desesperadamente. E isso é, no mínimo, decepcionante, porque os quatro tinham um potencial imenso e poderiam ter sido muito melhor aproveitados para deixar a história ainda mais rica.

O vilão — como vocês devem saber, eu gosto de vilões — foi o que me chamou mais a atenção no que concerne essa falta de aproveitamento. Desde a primeira menção ao seu nome, deu-se a entender que o cara era mau para caramba — imaginem a minha empolgação ao achar que estava diante de uma história com um vilão super malvado. Infelizmente, no final, a imagem que tive foi de um sujeito convencido demais, descuidado, incompetente e, francamente, gente boa — o que é um absurdo. Admito que fiquei muito decepcionada.

A narrativa é boa, mas também houve outra coisa que me incomodou: o excesso de tentativas de humor. Há momentos para brincar e há momentos para se falar sério. O humor, quando usado erroneamente, torna-se irritante e desesperado.

Mas a sequência de acontecimentos durante a história — tirando o final, que teve o seu lado decepcionante também; talvez, se tivesse sido colocado de outra forma, ficasse melhor — foi satisfatória.

Enfim, devo dizer que esperava mais. Bem mais.

‘A Biblioteca Invisível’/ Foto: Carol Defanti

Quanto ao trabalho da editora, a capa está simples, mas perfeitamente aceitável. O que não me agradou muito foi o material usado. A diagramação também está simples, mas bem feita. A fonte usada não é uma das minhas preferidas, mas também não atrapalhou em nada. E o tamanho do livro está ótimo, nem muito grande e nem muito pequeno — perfeito para levar na bolsa sem ficar com dor nas costas ou ocupar muito espaço.

A Biblioteca Invisível vem com uma premissa maravilhosa, capaz de chamar a atenção de qualquer amante de livros. A história é bem original e interessante; o problema está na formação da trama. Admito que eu esperava mais.

2 Comentários

  • Lidiane

    Você poderia me explicar o final, por favor?
    O livro todo é cheio de explicações, porém ficou bem complicado entender porque Alberich queria o livro, onde estava sua irmã e seu filho e porquê isso é importante para a biblioteca se a irmã dele já estaria morta?
    SOCORRO.

    • Caroline Defanti

      Oi, Lidiane! ?

      Realmente, o livro tem explicações até na lombada. Rsrs E isso, inclusive, deixa mais confuso.
      Eu também não tinha visto muito sentido nesse final, mas fiquei sabendo que A Biblioteca Invisível é, na verdade, uma trilogia. Ou seja, tem mais livros. Acho que é por isso que tantas coisas ficam soltas nesse. Provavelmente, os próximos serão mais esclarecedores.
      Mas, de um jeito ou de outro, pelo que entendi, Alberich e a irmã teriam sido fucionários da Biblioteca, como a Irene. E esse livro contaria a história deles – que, pelo que parece, é meio podre. O livro não diz, mas pode ser que ele não quisessem que as pessoas conhecessem essa história, OU talvez a irmã dele esteja viva e o livro seja um meio de encontrá-la. Enfim, estou conjecturando. Kkkkk Porque a autora realmente não diz.
      Vamos esperar pelos próximos. Eu realmente acho que pode valer a pena. ?

      Bejinhos!

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