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Quem Era Ela, de JP Delaney | Resenha

‘Quem Era Ela’: uma arquitetura que desperta curiosidade, uma trama de tirar o fôlego

Quem não gostaria de morar em uma casa que é uma verdadeira obra prima arquitetônica? Projetada no estilo minimalista associado ao uso da tecnologia para melhor atender aos seus moradores, a Folgate Street, n°1, desperta grande interesse. No entanto, para fazer parte desta experiência, os candidatos deverão passar por uma série de testes e cumprir um número considerável de regras. Você abriria mão de alguns direitos e escolhas em prol de toda sofisticação? Em Quem Era Ela, publicado pela editora Intrínseca, o autor JP Delaney (pseudônimo) nos convida a desvendar a história e os segredos desta construção e de suas moradoras. Uma leitura eletrizante!

Jane foi uma das interessadas que se encantou pela Folgate Street, n°1, e, depois de todo o processo seletivo, conquistou o direito de morar na cobiçada construção. Para ela, a moradia era um novo começo após a perda da filha, que nem chegou a nascer. Porém, toda a tranquilidade da casa se transforma em ameaça, quando Jane descobre que a antiga moradora, Emma, havia morrido de forma trágica no local. E, quanto mais procurava saber sobre a antiga inquilina, mais ela descobria semelhanças com a garota e sentia que poderia correr o mesmo risco.

Quem Era Ela narra a história destas duas moradoras. Cada capítulo, alternadamente, dá voz a uma delas: Emma (a antiga inquilina) e Jane (a atual). Este formato permite que o leitor identifique as situações que estas mulheres viveram até chegar a Folgate Street, n°1, o processo para alugar o imóvel e a experiência na casa. Assim, fica fácil reconhecer as semelhanças entre as duas, o que atiça a nossa curiosidade, afinal, a construção é cercada por muitos mistérios.

Os capítulos curtos e a escrita objetiva de JP Delaney também são outros fatores que envolvem o leitor, que rapidamente é imerso na trama. Quem Era Ela é o tipo de livro que te prende do começo ao fim, sem perder o ritmo acelerado. Lá pelo meio do livro, a trama de Emma até parece esfriar, mas logo sofre uma virada. Neste caso, muito se deve à ambiguidade em torno da personagem, algo fascinante, que provoca aquela sensação de eterna desconfiança e desconforto. Algo fundamental para o gênero.

No livro, além de Emma, todos os outros personagens são bem desenvolvidos e interessantes. JP Delaney consegue trazê-los para perto da realidade, apresentando os seus defeitos e qualidades, além de serem peças imprescindíveis para alguns debates propostos: violência contra a mulher, displicência médica e policial, tecnologia aliada ao aprimoramento da experiência do usuário, invasão de privacidade e relacionamentos amorosos.

É claro que também não poderia deixar de falar da Folgate Street, n°1. A casa em si é um atrativo à parte durante a leitura. E não só pelo conceito tecnológico associado à estrutura minimalista e ao conceito aberto, mas como uma experiência. Imagine morar em um lugar onde o chuveiro sabe exatamente a temperatura da água perfeita para você? Ou ter tudo controlado por aplicativo? De certa forma, ela reconhece o morador e se adapta a ele. Fascinante e, ao mesmo tempo, horripilante! O interessante de Quem Era Ela é que a pesquisa sobre o inquilino feita antes e durante a estadia na casa é compartilhada com o leitor entre alguns capítulos. Em determinados momentos, somos surpreendidos por perguntas, tipo um teste de personalidade, nos colocando em situações complicadas/bizarras. Só senti falta de um resultado em relação às respostas no final do livro. Porém, valeu os questionamentos.

Quem Era Ela é uma leitura de tirar o fôlego! Para quem curte um bom thriller, a diversão é garantida. A obra é cheia de reviravoltas, suspense e adrenalina, num cenário arquitetonicamente surpreendente. A tensão é tanta, que você não vai parar de ler até chegar ao fim. E tem coisa melhor do que isso?

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Apaixonado por histórias, tramas e personagens. É o tipo de leitor que fica obsessivamente tentando adivinhar o que vai acontecer, porém gosta de ser surpreendido. Independente do gênero, dispensando apenas os romances melosos, prefere os livros digitais aos impressos, pois, assim, ele pode carregar para qualquer lugar.

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