Entrevistas,  Geral

Douglas Adams e o Dia da Toalha

Para celebrar o Dia da Toalha (ou do Orgulho Nerd), conversamos com a editora Arqueiro sobre a obra do célebre Douglas Adams, autor da épica série ‘O Guia do Mochileiro das Galáxias’, que deu origem à data

Em 25 de maio, é celebrado o Dia da Toalha (ou Dia do Orgulho Nerd, como preferir). Ao longo da semana, preparamos uma série de conteúdos especiais para celebrar a data que marca toda uma cultura, que, agora, já virou tendência. Por isso mesmo, não poderíamos comemorar o dia de hoje de outra forma: falando sobre o responsável por dar origem à data. É claro que estamos falando de Douglas Adams, autor da épica série O Guia do Mochileiro das Galáxias. E ninguém melhor para falar com propriedade sobre a obra do escritor do que a editora que não só publicou os títulos como também deu uma nova roupagem às edições antigas, a Arqueiro.

“É um privilégio ter Douglas Adams no catálogo da Editora Arqueiro”, declarou Victor Almeida, editor da Arqueiro. “Os livros dele são divertidíssimos, recomendáveis para todas as idades e recheados com aquele humor inglês que é delicioso de ler. A nova edição (O Guia Definitivo do Mochileiro Das Galáxias) reúne a ‘trilogia de cinco’ de Adams – O Guia do Mochileiro das Galáxias, O Restaurante no Fim do Universo, A Vida, o Universo e Tudo Mais, Até Mais e Obrigado Pelos Peixes! e Praticamente Inofensiva – em um livro de capa dura com uma nova revisão.
A ideia dessa edição é basicamente ser um presente para nossos leitores. Um livro para guardar na estante e revisitar de tempos em tempos, uma obra que dure por anos, para que possam apresentar o trabalho de Adams para os filhos e netos”.

Divulgação

Para Victor, a obra de Adams – assim como o gênero de ficçao científica – se destaca pela crítica moderna e bem humorada da sociedade e transcende o tempo.

Douglas Adams / Divulgação

“O barato da ficção científica é como ela extrapola o tempo e a realidade para falar de nós mesmos”, ressaltou ele. “Os marcianos de A Guerra dos Mundos, de H. G. Wells (lááá em 1898), por exemplo, eram uma metáfora para o imperialismo britânico do fim do século XIX. A série Black Mirror, mais de um século depois, fala muito sobre nossos maiores e mais profundos medos.
Adams não foge dessa regra. Ele escreve sobre teoria da evolução, política, existencialismo, filosofia, tecnologia… E por aí vai! E o mais legal: ele faz isso com humor. Com sarcasmo. Com nonsense. São ideias brilhantes revestidas num papel de embrulho multicolorido. Talvez, esse seja o diferencial na obra dele: não se levar a sério ao falar do assunto mais sério e importante que existe – nós mesmos”.

O editor destacou ainda os diversos significados atribuídos ao dia 25 de maio – todos inseridos na cultura nerd – como uma representação da própria comunidade, uma vez que aqueles considerados nerds são ávidos por informações e por compartilhar os seus interesses com o nicho. Com isso, ele destacou também a importância da capacidade de inclusão desse público.

“O dia 25 de maio acabou se tornando um dia simbólico para muitos nerds”, explicou. “Para os fãs do Guia do Mochileiro das Galáxias, é uma forma de homenagear esse autor brilhante e louco que infelizmente partiu cedo demais. Para os fãs da série Discworld, é a data da Revolução Gloriosa, quando se inicia a República no mundo fictício da série de Terry Pratchett (que tem um humor e narrativa muito parecidos com os de Adams, por sinal). Também é a data do lançamento de Star Wars nos cinemas, em 1977. No fim das contas, o 25 de maio é o dia de celebrar o amor por histórias. E não é isso o que representa de verdade o que podemos chamar de ‘orgulho nerd’? Buscar mais informações sobre as suas séries, filmes, HQs, livros preferidos? Partilhar essas paixões sem ter vergonha de quem você é, enquanto aceita as outras pessoas como elas são? Não é esse o conceito de comunidade? Nossa, isso ficou muito profundo (risos)”.

Divulgação: Arqueiro

E, como um bom nerd, Victor não poderia deixar de mandar o seu próprio recado em celebração:

“Feliz dia da toalha! Não entre em pânico, até mais, e obrigado pelos peixes! E, não se esqueça: jamais deixe um Vogon ler poesias para você”.

Recado dado! Não se esqueçam também de que “é um erro acreditar que é possível resolver qualquer problema importante usando apenas batatas”. E que a Força esteja com vocês!

Jornalista de coração. Leitora por vocação. Completamente apaixonada pelo universo dos livros, adoraria ser amiga da Jane Austen, desvendar símbolos com Robert Langdon, estudar em Hogwarts (e ser da Grifinória, é claro), ouvir histórias contadas pelo próprio Sidney Sheldon, conhecer Avalon e Camelot e experimentar a magia ao lado de Marion Zimmer Bradley, mas conheceu Mauricio de Sousa e Pedro Bandeira e não poderia ser mais realizada "literariamente". Ainda terá uma biblioteca em casa, tipo aquela de "A Bela e a Fera".

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *