Degustando Palavras: Da Vinci muito além do Louvre
Artista, uma das mentes mais geniais dos últimos tempos, foi o tema do terceiro encontro da série que reúne arte, literatura e gastronomia
Irreverente. Incompreendido. Criativo. Revolucionário. Visionário. Gênio. São tantos os adjetivos, tantos os talentos que é praticamente impossível conseguirmos definir uma das mentes mais brilhantes de todos os tempos. Assim como a sua obra e o seu legado, seria praticamente impossível também conhecermos todas as suas nuances. E é por isso mesmo que ninguém menos do Leonardo Da Vinci foi o tema do encontro do Degustando Palavras desta quarta-feira (14).
Todos nós conhecemos Da Vinci como o mestre por trás da Monalisa, de a Última Ceia, dentre tantos outros célebres trabalhos. Mas poucos – quase ninguém, na verdade – , têm a chance de redescobrir o artista. E foi justamente essa a oportunidade que a historiadora Ana Roldão proporcionou aos participantes do evento, considerado, até agora, o mais surpreendente dos que já foram realizados.
“Dos três encontros, até agora, este foi o que mais me surpreendeu”, declarou a advogada Glaura Gerhardt. “Eu quase não tinha informações sobre o Da Vinci, além de que era pintor e inventor. Mas essa profundidade eu realmente não sabia. Ele cozinhava, teve restaurante… Absolutamente incrível”.
Num evento que reúne arte, literatura e gastronomia, foi, é claro, justamente essa expertise, essas curiosidades voltadas à culinária que mais encantarão os ouvintes. Com direito, inclusive, a revelações bombásticas: Da Vinci não só era vegetariano – e chegou a ter um restaurante especializado com Botticelli (sim, o próprio), que fracassou terrivelmente numa época em que boa parte da sociedade era excessivamente carnívora -, como também foi o precursor de Luiz XIV no quesito de etiqueta gastronômica.
Agradeçam, portanto, a Da Vinci pelos guardanapos e pelas boas maneiras à mesa. Literalmente. O próprio artista, informou Ana para diversão dos presentes, criou um manual de etiqueta com restrições bastante específicas: não vomitem à mesa, não evacuem. Em sua defesa, é sempre bom contextualizar e lembrar que, na época, esses banquetes duravam horas. Muitas horas.
E como todo encontro do Degustando Palavras, não poderia faltar o principal: a degustação surpresa. E, para representar um artista muito à frente do seu tempo e vegetariano, Ana foi pessoalmente conversar com o sorveteiro para criar uma especiaria exclusiva para o evento, algo que o Da Vinci, em pessoa, não iria se privar de experimente: sorvete de aipo com hortelã. Exótico tal qual o artista. De fato, foi uma tarde cheia de surpresas e descobertas. Uma viagem à mente e ao mundo extraordinário de Leonardo Da Vinci, que vai muito além dos salões imponentes do Museu do Louvre.
“Gostei muito do encontro porque a gente passa a valorizar muito mais as invenções dele (Da Vinci)”, concluiu a professora e coach Fernanda Champion. “Conhecia o Da Vinci da ‘Monalisa’, mas a genialidade somada ao que ele contribuiu em diversas áreas eu realmente desconhecia. Valeu e muito”.