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Império das Tormentas, de Jon Skovron | Resenha

‘Império das Tormentas’: uma trama ensolarada

Estamos hoje aqui reunidos para discutir — se bem que está mais para um monólogo, né; bom, você sempre pode deixar o seu maravilhoso comentário logo abaixo do texto, que eu responderei com muito prazer — sobre o livro Império das Tormentas, do americano Jon Skovron, publicado pela editora Arqueiro.

Então… eu tenho que admitir que, inicialmente, peguei esse livro pela capa. Mas, antes que me julgue, deixa eu tentar me explicar. Só de olhar dá para ver que a capa em questão foi feita especialmente para o livro. Talvez, você não entenda muito bem o que isso quer dizer, mas eu digo. Isso quer dizer que um artista foi contratado especialmente para desenhar a capa desse livro.

Em outras palavras, eu tenho em minhas mãos uma obra de arte e, por trás dela, toda uma história.

Uma história que, felizmente, não me decepcionou nem um pouco.

A trama começa com a triste história de uma garotinha que vê sua vida mudar de maneira repentina e terrivelmente trágica. Essa tragédia a transformará em Bleak Hope, uma guerreira em busca de vingança.

Seguindo a mesma linha temporal, mas na grande cidade de Nova Laven, no caótico bairro conhecido como Círculo do Paraíso, um garoto de olhos vermelhos, cujo passado ele deseja esquecer, se vê jogado nas ruas para viver por conta própria.

Nossa, deu até vontade de chorar. Calma, é trágico sim, mas tem seus momentos cômicos também. E, se você quiser saber como esses dois dão a volta por cima, é bom ler o livro.

A história de Império das Tormentas gira em torno de elementos muito conhecidos por leitores do gênero fantasia: passados trágicos, evolução, superação, personagens sérios, personagens engraçadinhos, personagens desbocados — desse tipo tem um montão —, personagens bizarros, magia e coisas esquisitas.

Nenhuma novidade.

Eu não acho que o trunfo de Império das Tormentas esteja na história em si, mas na narrativa do autor. Skovron — fui tentar escrever o nome de cabeça e saiu uma coisa bizarra — conseguiu realmente colocar à prova a minha teoria de que mesmo o maior dos clichês pode se tornar uma história maneiríssima, se o autor souber o que está fazendo.

E ele sabe.

Agora, um momentinho para falar do vilão. Eu simplesmente adorei! O cara é mau à beça; do tipo que não aceita uma morte se ela não for lenta e dolorosa e causar o máximo de estrago psicológico. É uma pena que ele apareça minimamente — mas, sempre que aparece, faz umas maldades mucho locas. Curti.

Muitas coisas acontecem ao longo do livro. Muita coisa mesmo. Em apenas 368 páginas, o autor conseguiu narrar maravilhosamente uma extensa aventura — é sério, tem muito mais história do que eu esperava de um livro com essa extensão. Skovron disse muito com pouco. E, para mim, essa é uma marca de excelência de um escritor.

Uma das características muito positivas de Império das Tormentas está na criação de um jargão para o povo retratado no livro. Não é a primeira vez que vejo um autor fazer isso, mas acho que é a primeira vez que vejo funcionar tão bem. Agora eu me pego usando algumas das palavras e expressões, como: escorreguento — minha favorita —, marreta, seguro que nem apuro e mais algumas.

Se quer saber o que significam, pegue o livro e vá ler. No final, há um glossário para esses termos e devo dizer que a forma como o autor o apresenta também é sensacional.

Império das Tormentas é o tipo de livro que você vai lendo e vai lendo — pegou o trocadilho? — até perder completamente a noção do tempo e, quando olha para o relógio, percebe que está totalmente atrasado para algum compromisso.

Dito isso, é bom que todos saibam que, sempre que eu chego atrasada a algum compromisso, é porque estou lendo um ótimo livro.

Quanto ao trabalho da editora, não tenho nada a reclamar. A capa está maravilhosa — já fiz a minha ode lá no início. O material está excelente e o tratamento do texto está no nível que a Arqueiro costuma apresentar, ou seja, beirando a perfeição. A editora está de parabéns!

Comecei a ler Império das Tormentas tendo o objetivo de me entreter com uma boa história. E foi exatamente isso o que consegui. Estou totalmente satisfeita.

E quanto ao título insano dessa resenha… quem leu o livro vai entender.

Então. Leia. O. Livro.

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