Infinita, de Jodi Meadows | Resenha
‘Infinita’: uma grata surpresa com um final emocionante
Quanto vale a imortalidade? A morte é, de fato, o fim? Aproveitar a única oportunidade que temos nessa vida e vivê-la intensamente pode ser um grande desafio, mas também o melhor dos presentes. E chegou a hora de Ana, Sam, Stef, Sarit e os outros fazerem a sua escolha, definitivamente. É nesse clima de conclusão, conflitos e incertezas que Jodi Meadows chega ao final da sua Trilogia Incarnate com Infinita, terceiro e último volume da série, publicado pela editora Valentina.
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Na trama, tem início o Ano das Almas, que traz uma série de desastres e ameaça Heart com terremotos e outros perigos. Para completar, a caldeira de Range está prestes a entrar em erupção. Com isso, Ana tenta convencer seus amigos a se juntarem a ela e Sam no exílio, numa jornada rumo ao Norte atrás de respostas e aliados para impedir a ascensão de Janan. E, claro, salvar e proteger as almasnovas. O que Ana ainda não sabe é se essa será a sua única chance, sua única vida.
Olha, a trilogia Incarnate seguiu uma crescente. Depois de um segundo volume eletrizante, Infinita cumpriu muito bem o papel de conclusão da saga, sem perder o ritmo de seu antecessor. Gostei muito das reviravoltas e do clima de insegurança, daquela sensação do tempo acabando. Foi surpreendente e, até mesmo, angustiante em alguns momentos. As personagens saíram de sua zona de conforto e foi bem interessante ver essas relações numa realidade quase extrema. E senti também que Jodi se preocupou em fechar todos os ciclos, não deixar brechas, o que deixou uma sensação bastante reconfortante, ao final da leitura.
Ana chegou ao seu auge. Destemida e determinada, foi uma líder nata, sem perder a doçura e sua essência. Eu estou DOIDA para comentar sobre algumas de suas habilidades recém-adquiridas e descobertas, mas prometo que irei me conter para não estragar a surpresa. Além disso, a autora também soube dosar a seriedade com a leveza, então, apesar de todos os desafios e de todos os riscos, ainda temos algumas tiradas que conseguem nos fazer sorrir. É admirável a força e a fé de Ana em seus amigos, nas almasnovas e no que ela acredita que precisa fazer para salvar a todos, mesmo que isso signifique sacrificar a si mesma e o seu grande amor.
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Por falar em amor, a relação de Ana e Sam é colocada à prova de todas as maneiras. Uma das coisas de que eu mais gosto nessa trilogia é o debate a respeito das reencarnações e das escolhas. Podemos julgar uma sociedade por uma decisão tomada há cinco mil anos em circunstâncias extremas? Ao mesmo tempo, que direito eles tinham de definir quem nasce e quem morre? É tudo muito fantástico, delicado e interessante. Inclusive, dá até para fazer uma paralelo com a vida real. Governos tiranos, lavagem cerebral, sociedade submissa e perseguição ao “diferente”. Qualquer semelhança pode não ser mera coincidência.
Os demais personagens também ganharam destaque em Infinita e são parte fundamental do desenvolvimento da trama e da luta contra Janan. O que só tornou tudo ainda mais difícil para quem, como eu, é uma leitora extremamente apegada. Pronto. Falei e saí correndo. Todo o embate com Janan, a questão das sílfides, a fênix, toda a mitologia criada por Jodi, tudo isso criou um universo extremamente cativante. É nítida a evolução da narrativa nos três livros, o que foi bom para manter o interesse na trama. E que final lindo, sensível e delicado! A Trilogia Incarnate definitivamente foi uma grata surpresa.