Resenhas

O Manuscrito, de Chris Pavone | Resenha

‘O Manuscrito’: uma obra diferente e intrigante

“Um texto anônimo, um segredo mortal, 24 horas para desvendar o mistério” é a frase estampada na capa muito intrigante de O Manuscrito, de Chris Pavone, publicado pela editora Arqueiro. De cara, já me interessei pelo livro! Primeiro, a capa é realmente muito legal e diferente! O pessoal do design gráfico está de parabéns! Segundo, uma narrativa que vai se desenrolar em um único dia? dentro! E você ainda acrescenta “um texto anônimo” e “um segredo mortal” na oração, o que já é suficiente para chamar a atenção de qualquer pessoa. Aí, não tem como resistir! Nem precisei ler a contracapa para decidir se queria comprar o livro ou não!

Na trama, o destino de três personagens é alterado de uma hora para outra, em apenas 24 horas. E eles precisam lidar com uma pilha de papéis que que contém um segredo capaz de salvar ou arruinar as suas carreiras, bem como colocar à prova seus ideais, ambições e suas próprias essências.

A obra é dividida em três partes: manhã, tarde e noite. Como a narrativa se desenvolve em somente 24 horas, dividir a história nestas três seções me ajudou a situar em qual momento do dia a cena se passava. Achei que esta divisão foi uma boa estratégia para evitar que o leitor se perca no tempo cronológico no decorrer do enredo. Algo que achei muito interessante e que vale a pena ressaltar é o fato de que o manuscrito se mistura com o livro em si. Você está lendo a história e, de repente, se depara com uma página deste texto anônimo que é o tema da obra. Isto valorizou muito a trama porque, na verdade, são duas narrativas que se desencadeiam paralelamente. Enquanto você vai descobrindo o que acontece com os personagens durante este dia, também vai conhecendo a essência deste manuscrito.

Um pequeno detalhe gráfico que fez toda a diferença para mim foi incluir entre seções de parágrafos o próprio símbolo de parágrafo que existe nos programas de edição de texto. Sei que parece uma particularidade insignificante, mas, na minha opinião, são estes pormenores que elevam um projeto editorial. Outro ponto positivo da obra é quando o autor dá pequenas pistas sobre o passado do personagem sem precisar revelar tudo de uma vez só. No caso de O Manuscrito, o passado foi se apresentando aos poucos. Esta é uma ferramenta que eu gosto bastante e que traz uma camada de drama sem que a história fique muito densa. É um instrumento que eu aprecio muito e que, se usado corretamente, pode deixar a narrativa ainda mais cativante. Fica a dica para atuais e futuros escritores!

De uma maneira geral, gostei do livro, mas não me apaixonei pela narrativa. A história não prendeu muito a minha atenção como eu esperava. Tanto que li quase 2/3 da obra, parei e tive que ler tudo de novo quando retomei a leitura. Contudo, considero que o livro tenha muitos pontos positivos! O final, por exemplo, me surpreendeu. Não estava esperando aquele resultado. Por isso, O Manuscrito é uma boa leitura. É um exemplar bem escrito e intrigante. Acredito que este tipo de livro não seja algo fácil de se escrever. Acho que esta forma de narrativa é mais voltada para o cinema. Consigo visualizar esta história se desenvolvendo mais facilmente nas telas do que nas páginas de livros. Tendo isto em mente, acho que Pavone tem um verdadeiro talento para este tipo de enredo.

Cineasta, publicitária, marketeira que sonha em passar seus dias escrevendo! Apaixonada por storytelling, seu mundo, coração e alma estão repletos pela magia dos livros, filmes e músicas...

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