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Sem Você Não é Verão, de Jenny Han | Resenha

‘Sem Você não é Verão’: os desafios e obstáculos da adolescência tomam uma nova dimensão

Nem sempre, ou melhor, quase nunca, estamos preparados para enfrentar as dificuldades e obstáculos da vida. Ou pensamos não estar. Quando se é adolescente, então, fica ainda mais difícil equilibrar as emoções e os sentimentos. Aceitar que o mundo não gira ao nosso redor e que, talvez, não seja apenas você que esteja passando por um momento difícil. Em Sem Você não é Verão, segundo volume da Trilogia Verão, escrita por Jenny Han e publicada pela editora Intrínseca, Belly terá que entender e lidar com certas coisas para amadurecer.

Na trama, tudo muda quando Belly e Conrad terminam o seu breve relacionamento. Belly terá que encarar, pela primeira vez, um verão sem Cousins Beach, lugar que sempre considerou sua segunda casa e onde passou todas as suas férias. E ainda aguentar os planos de Taylor, sua melhor amiga, que incluem festas e muitos garotos. O problema é quando Jeremiah liga para Belly pedindo ajuda para encontrar Conrad, que sumiu. Ela irá novamente atrás dele?

É simplesmente impossível não se envolver com a escrita de Jenny Han, ainda que a narrativa não tenha tantas surpresas. O jeito leve e despretensioso da autora nos traz nostalgia e uma vontade absurda de passar o verão numa casa de praia. Eu realmente curti bastante todo o clima de férias de verão criado por Jenny, desde O Verão que Mudou minha Vida. É para a gente aproveitar e se apaixonar como adolescente.

Por falar em adolescentes, olha, no primeiro livro, eu até falei que dá para entender algumas atitudes de Belly, por todo o contexto e pela idade. Mas confesso que, em Sem Você não é Verão, eu quase não a suportei. De verdade. Belly não é o centro do universo. Não é a única que sofre e passa por problemas. Pelo contrário. Se ela não fosse tão egoísta e egocêntrica (desculpe, gente, estou desabafando porque realmente foi MUITO difícil de aturá-la), ela veria que as pessoas ao seu redor, sua família e amigos, sofrem tanto quanto ela ou até mais. Não querendo desmerecer nem comparar os sentimentos de ninguém, mas acho que passou da hora de Belly se tocar de que não é mais criança e que, ao mesmo tempo que precisa de apoio, outros também precisam. E que, mesmo quando estamos no fundo do poço, há momentos em que somos obrigados a engolir sapos e fingir força para ajudar quem amamos. Ainda bem que ela também ouviu – e MUITO.

E estendo o sermão para Conrad também, viu? Outro que parece achar que seu sofrimento é o único que importa e que não está nem aí para o que as pessoas pensam, que não se interessa por nada e acha que pode resolver tudo sozinho, se isolar e esperar que todos corram atrás dele e façam as suas vontades. NOSSA, CANSEI, VIU? Aliás, cansativa é essa relação tóxica entre ele e Belly.

Pelo menos, temos Jeremiah para salvar a nossa leitura e os nossos corações. Inclusive, além das transições temporais da história (o que já aconteceu no primeiro livro), Sem Você não é Verão também se divide entre dois narradores. Desta vez, além do ponto de vista de Belly, temos a visão de Jeremiah. O que dá um certo alívio a tudo o que está acontecendo e que o colocou com ampla vantagem no topo da minha lista de personagem favorito. Jeremiah é o equilíbrio entre a inocência, a diversão e a razão. Porque ele também é obrigado a tomar as rédeas da situação, a amadurecer e se fortalecer. Mas sem perder aquela leveza e a sensibilidade.

Jenny Han novamente mexe com as nossas emoções. Adoro as construções de suas personagens e como ela consegue, de forma muito natural, representar cada insegurança, medo e expectativa. Como ela cria personagens com os quais sempre encontramos algo com que nos identificar. Mal posso esperar para ler a conclusão da Trilogia do Verão.

Jornalista de coração. Leitora por vocação. Completamente apaixonada pelo universo dos livros, adoraria ser amiga da Jane Austen, desvendar símbolos com Robert Langdon, estudar em Hogwarts (e ser da Grifinória, é claro), ouvir histórias contadas pelo próprio Sidney Sheldon, conhecer Avalon e Camelot e experimentar a magia ao lado de Marion Zimmer Bradley, mas conheceu Mauricio de Sousa e Pedro Bandeira e não poderia ser mais realizada "literariamente". Ainda terá uma biblioteca em casa, tipo aquela de "A Bela e a Fera".

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