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O Destino das Terras Altas, de Hannah Howell | Resenha

O Destino das Terras Altas: promissor, mas faltou algo

Escócia, romance medieval, um amor proibido. Todos aqueles ingredientes que nós, leitores vorazes de romances de época, não apenas amamos como ansiamos em todas as obras deste estilo. O Destino das Terras Altas, de Hannah Howell, publicado pela editora Arqueiro, prometia tudo isso, mais uma guerra entre clãs. Ou seja, a expectativa estava lá em cima. Porém, infelizmente, o livro não correspondeu.

A obra é o primeiro volume da série Os Murrays e, neste livro, conhecemos a jovem curandeira Maldie Kirkcaldy, que, ao encontrar o charmoso Sir Balfour Murray e seu irmão ferido na estrada, mal poderia imaginar a peça que o destino iria lhe pregar e as escolhas que teria que fazer. Isso porque ela descobre ter o mesmo inimigo que Sir Balfour e decide seguir com ele para atingir o seu objetivo. No entanto, ela acaba num dilema, pois não pode contar a sua verdadeira identidade – uma vez que podem lhe acusar de ser uma espiã -, mas também não consegue lutar contra os próprios sentimentos em relação ao homem que deseja manter como aliado. Ele, por sua vez, não confia em Maldie, mas não consegue esconder a sua atração e irá tentar descobrir todos os seus segredos e encontrar o caminho para o seu coração.

A premissa de O Destino das Terras Altas, como podem ver, é muito boa. Bem como o trabalho gráfico da Arqueiro, que salta aos olhos, principalmente com essa capa tão linda e romântica (eu realmente adorei). Mas o desenvolvimento da história, em si, foi fraco e superficial. Maldie é uma protagonista até carismática. Destemida e uma mulher bem à frente da sua época. Contudo, senti que, ao longo da história, ela perdeu a sua personalidade, em alguns momentos. Não consegui ver a evolução da personagem.

Balfour, por sua vez, oscila entre o charme e o machismo característico daquela realidade e, mesmo tendo essa consciência, não caí de amores porque ele chegou a me aborrecer com a sua teimosia (fosse eu Maldie, juro que dava na cara dele e mandava pastar, ora). Já o romance entre eles, apesar de meteórico, rende boas e excitantes passadas. Daria até para estender mais essas cenas, viu? Porque química ali não falta, e a dinâmica dos personagens chega a ser divertida.

Agora, o plot da vingança e da guerra dos clãs – que eu ADORO neste tipo de história – ficou um pouco raso. A sensação foi de que as coisas aconteceram rápido demais. O plano surgiu rápido demais, a preparação e a execução dele foram rápidas demais e a conclusão foi rápida demais. Resumindo: eu queria mais história! De verdade. Porque a ideia é boa, e os personagens têm muito potencial. Sério mesmo. Mas realmente fiquei na vontade. E, como sou uma romântica incurável e otimista, sigo na expectativa para o segundo livro.

Jornalista de coração. Leitora por vocação. Completamente apaixonada pelo universo dos livros, adoraria ser amiga da Jane Austen, desvendar símbolos com Robert Langdon, estudar em Hogwarts (e ser da Grifinória, é claro), ouvir histórias contadas pelo próprio Sidney Sheldon, conhecer Avalon e Camelot e experimentar a magia ao lado de Marion Zimmer Bradley, mas conheceu Mauricio de Sousa e Pedro Bandeira e não poderia ser mais realizada "literariamente". Ainda terá uma biblioteca em casa, tipo aquela de "A Bela e a Fera".

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