Resenhas

Vida Encantada, de Diana Wyne Jones | Resenha

Desde que li uma história de Diana Wyne Jones pela primeira vez — O Castelo Animado, por sinal, um dos livros mais maravilhosos que já li —, virei uma fã enlouquecida da autora, ao ponto de sair comprando todos os livros dela que encontrei em primeira instância e, pouco depois, adquirindo os mais difíceis de achar.

Sinceramente, eu ainda não sei dizer detalhadamente o que tem nas histórias dela que me fascinam tanto para me fazerem ler um livro atrás do outro sem me cansar da escrita dela. É exatamente isso o que estou fazendo com a saga Os Mundos de Crestomanci, que, se eu não me engano, foi o primeiro sucesso de Jones. O primeiro volume, ao qual esta resenha se destina, é Vida Encantada.

E ele conta a história de Eric Chant, também conhecido como Gato, um garoto membro de uma família que é bem mais interessante do que ele pensava, porque, dentre os seus parentes, está ninguém menos do que Crestomanci, o maior mago do mundo. Mas não é só isso. Ao longo da trama, Gato e sua irmã Gwendolen — okay, esse nome é horroroso — perdem os pais e acabam ficando com uma velha bruxa de quinta categoria, que pensa muito em dinheiro e faz biscoitos de gengibre intragáveis. 

Apenas até serem adotados pelo próprio Crestomanci!

E, se você não entendeu nem metade do que eu acabei de dizer, é só ler o livro que tudo vai fazer muito sentido.

Em Vida Encantada, temos um elemento que eu adoro, que é a ideia de universos paralelos. Eu acho que isso dá tanta margem para explorar e criar novas histórias, e se reflete no fato de termos nada menos do que cinco volumes envolvendo esse universo, sem contar o livro de contos.

E, na verdade, como eu ainda não terminei de ler todos os livros da saga, ainda não posso afirmar, mas acho que há uma grande possibilidade de todas as histórias de Jones estarem conectadas através dessa ideia de universos paralelos.

Gente, falando muito sério aqui, isso seria o máximo.

Como de costume, Vida Encantada — como o próprio nome já diz — possui muita magia. Na verdade, a magia é tão comum — em todas as histórias de Jones — quanto a música ou a culinária, e é tão maravilhosa quanto também. E acho que essa simplicidade na magia é um dos elementos que conseguem tornar as histórias de Jones tão encantadoras. 

Isso e o fato de que a autora amarra tudo tão bem no final. Já percebi que normalmente ela começa com uma trama principal, geralmente bem simples, que ela segue até o fim. Mas, no decorrer das páginas, ela vai jogando informações, até que chega no ponto em que o leitor está cheio de perguntas e teorias loucas. 

Então — e só então —, ela começa a dar as respostas da maneira mais louca possível, desenrolando tudo nas últimas páginas. Gosto de poder criar tantas teorias ao longo do livro — para ver, no final, que nada do que eu tinha imaginado era verdade, mas tudo bem.

Em Vida Encantada, temos personagens bem diferentes entre si e bem montados. Há muitos personagens menores na história, todos com suas próprias personalidades bem fáceis de serem percebidas. Mas temos três mais importantes. Um deles é o Gato, um menino inseguro e ofuscado pela inteligência e aptidão mágica de sua irmã Gwendolen — a outra personagem importante —, que é uma garota insuportável. 

E temos o próprio Crestomanci, que, na minha opinião, rouba a cena sempre que aparece. Acho que isso se dá em grande parte pelo mistério que é Crestomanci, sua história, suas habilidades. Assim como a personalidade marcante do personagem, bem como suas falas, que nem são muitas, mas são as melhores com certeza.

Enfim, eu amei o livro.

Quanto ao trabalho da editora — a Geração Editorial —, está absurdamente básico. Sequer orelhas de capa os livros possuem. Mas, bem, isso não torna a história menos fascinante.

O que posso dizer? Diana me pegou nos meus pontos fracos — magia e enredo bem montado. Eu sinceramente acho difícil que eu não vá gostar de todos os livros da saga Os Mundos de Crestomanci e estou absurdamente ansiosa para ler todos.

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