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Oblivion Song, Volume Dois – Entre Dois Mundos | Resenha

Muitas vezes, histórias de viagens dimensionais me deixam um pouco assustada — e esse é o caso de Oblivion Song. Mas eu não consigo deixar de ler mesmo assim. Antes de mais nada, fique sabendo que Oblivion Song, Volume Dois – Entre Dois Mundos foi escrito por Robert Kirkman, desenhado por Lorenzo de Felici e colorido por Annalisa Leoni e publicado no Brasil pela editora Intrínseca.

***ALERTA DE SPOILER*** (continue por sua conta e risco)

A história começa exatamente de onde parou o primeiro volume, ou seja, com a prisão do protagonista Nathan Cole. Nathan foi encontrado em seu esconderijo, onde ele guardava o gerador que usava para fazer as suas viagens dimensionais, na esperança de encontrar alguém que pudesse estar perdido na outra dimensão.

Se você não se lembra do motivo dele fazer isso e nem do porquê de haver pessoas presas nessa outra dimensão brutal e cheia de bichos sanguinários, é porque há 10 anos algo aconteceu que acabou transportando uma parte da Filadélfia, com prédios, habitantes e tudo, para outra dimensão desconhecida e perigosa.

No primeiro volume, o leitor é exposto a esse imenso problema, o que faz surgir a primeira grande pergunta: o que foi que aconteceu? E, depois de vermos a relação do Nathan com toda essa situação, passamos a nos perguntar: por que ele continua voltando lá, quando ninguém mais ousa fazer isso?

E temos, enfim, essas duas perguntas respondidas em Oblivion Song – Entre Dois Mundos. E é claro que eu não vou falar isso aqui. Se quiser saber, pode ler a HQ.

Cá entre nós, se uma boa pergunta é capaz de prender o leitor a uma história e fazê-lo querer continuar para saciar a curiosidade, uma boa resposta é capaz de aproximá-lo da história. E foi bem isso o que eu senti com esse segundo volume. Principalmente no que diz respeito ao protagonista, que antes era uma incógnita. Agora, o passado dele é revelado e o leitor finalmente consegue entender a relação dele com a história. Além de Nathan, temos também outros personagens que nos cativam mais. Dentre eles, quem mais me chamou a atenção foi a Heather. Já Ed e Duncan têm ainda muito para crescer.

Quanto à arte da HQ, está maravilhosa. Esse segundo volume me chamou tanto a atenção para como foi construída a narrativa visual, que eu acho que não prestei atenção direito no primeiro volume. Talvez, porque eu não tenha me sentido tão ligada à história assim, afinal. Mas as cores são lindas e muito bem escolhidas para passar o humor de cada cena e até influenciar no ritmo da leitura. Os traços dos desenhos também parecem seguir uma lógica — em cenas mais estáticas ou mais dramáticas, o nível de detalhamento é muito maior do que em cenas de ação; dá a impressão de que, como o personagem tem pressa, logo, o artista também desenhava mais rápido, dando menos detalhamento.

Foi maravilhoso ver como isso funcionou bem com a narrativa textual.

Eu gostei bastante desse segundo volume e, justamente por ele me parecer ter ofuscado o primeiro completamente, eu acho que essa divisão era desnecessária. E, pessoalmente, eu considero isso um equívoco, porque, se os dois fossem um volume só, poderiam chamar mais a atenção de alguns leitores. E isso se reforça com o final desse segundo, que tem um gancho para o que parece ser um arco diferente, que pareceu focar mais no passado da tragédia da história. Ainda senti falta de uma orelha de capa — o primeiro também não tinha e eu também senti falta. O restante está excelente.

Oblivion Song – Entre Dois Mundos conseguiu cumprir com o objetivo, que foi me prender à história. Agora, eu quero saber como ela continua.

Título: Oblivion Song, Volume Dois – Entre Dois Mundos | Autor: Robert Kirkman | Ilustradores: Lorenzo De Felici e Annalisa Leoni| Tradutor: Fernando Scheibe | Editora: Intrínseca | Páginas: 136

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