Entrevistas

Live Galera Record: Cassandra Clare

Perdeu a live com a Cassandra Clare? Não se preocupe que a gente fez um resumo com os principais tópicos.

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Ela tem uma legião de fãs, leitores compulsivos e apaixonados, e uma capacidade única de surpreendê-los. E foi com essa mesma paixão que aconteceu a live com a autora Cassandra Clare, promovida pela Galera Record, na última segunda (25). Em meio a muitas risadas e muita simpatia, a escritora falou sobre o seu processo criativo, sua vida e respondeu a diversas perguntas.

Perdeu a live com Cassandra Clare? Não se preocupe! A gente fez um resumo com os principais tópicos:

Começo e influências

Antes de se aventurar e fazer sucesso na literatura, Cassandra contou que era jornalista, em Nova York, mas não era feliz. Foi quando teve a ideia para Cidade dos Ossos que tudo mudou, ainda que ela só tenha conseguido largar o trabalho formal três anos depois, com o lançamento de Cidade de Vidro (o terceiro livro da série).

“Eu me considerei, de fato, uma escritora quando terminei de escrever o primeiro livro, Cidade dos Ossos“, afirmou. “Pensei, eu sou uma escritora. Eu consigo terminar de escrever  um livro. Mas eu nem sabia se seria publicado”.

Dentre todas as influências, incluindo J.R.R. Tolkien, uma delas é especial para Cassandra: o seu avô. Aliás, foi para ele que a escritora dedicou o primeiro livro. A pessoa que lhe disse para seguir o seu sonho. Seu nome era Max, nome provavelmente conhecido por seus leitores. Não por acaso.

“O meu avô era escritor e poeta”, explicou. “Escrever é um trabalho arriscado, e seus pais sempre dizem para seguir a Medicina ou o Direito. Eu até tive bastante apoio da minha família, mas foi o meu avô que me disse para seguir o meu sonho. Ele chegou a ver o primeiro livro ser publicado e gostou muito. Ele fez filmes de terror, fantasia e ficção a vida inteira, e estava adorando eu fazer exatamente o que ele fazia”.

Por falar nisso, Cassandra contou ainda que a personagem Dru, que adora filmes de terror, também traz uma homenagem ao avô. Todos os filmes mencionados por ela foram feitos por ele.

Escrita coletiva

Engana-se quem pensa que escrever precisa ser necessariamente uma atividade solitária. Para Cassandra Clare, isso não existe. Pelo contrário, escrever é um ato coletivo. Um compartilhamento de ideias e experiências.

“Eu tenho um grupo de amigos escritores e cada um trabalha em sua obra, mas reunidos, dando opiniões a respeito de cada uma delas”, informou. “Isso faz o trabalho de escritor ser menos solitário. Todos conhecem o trabalho do outro muito bem e, quando eu disse que iria matar um personagem, eles apresentaram ótimos argumentos que me fizeram mudar o rumo do personagem”.

Essa nova tendência de trabalho, inclusive, a pegou de surpresa, justamente por estar ajudando em seu próprio processo de escrita.

“Quando eu comecei a escrever, ficava basicamente sozinha no meu apartamento”, lembrou. “Mas, com o tempo, fiz esses grandes amigos também autores, nos juntamos para trabalhar e isso tem sido a coisa que mais tem ajudado a minha carreira e o meu processo de escrita”.

Ela também falou sobre os maiores desafios em ser uma escritora.

“A parte mais difícil é quando se tem um bloqueio na escrita”, apontou. “Com outra profissão você não tem esses bloqueios e pode continuar trabalhando. No meu caso, se eu tenho um bloqueio, não consigo de modo algum trabalhar e isso é, com certeza, o mais estressante”.

Rotina e pandemia

Para quem trabalha em conjunto, a pandemia e consequentemente o isolamento social teve um impacto significativo na rotina. Para Cassandra, a quarentena interrompeu, inclusive, a divulgação de seu último livro. Ela afirmou, no entanto, que continua escrevendo, porém, com uma certa dificuldade.

“Está sendo difícil escrever neste momento, uma vez que não tenho podido encontrar os meus amigos e também por ter que lidar com todo esse estresse e angústia gerados pela pandemia”, disse. “Tentamos marcar encontros por vídeo, mas claro que não é a mesma coisa de estarmos todos juntos. Fazemos o que é possível neste momento. Eu estava fazendo uma tour para divulgar o último livro (lançado em 12 de março), que foi o último dia que saí. Desde então, estou em casa, de quarentena. Tenho procurado inspiração na arte e em outros livros para não ter um bloqueio. Venho tentando colocar um pouco mais de arte em mim mesma”.

Instrumentos Mortais

É claro que, num papo com Cassandra Clare, o universo da série Instrumentos Mortais foi o assunto principal. E criar tudo isso e manter toda essa narrativa amarrada foram o principal desafio, segundo ela.

“De certo modo, o fato de ter se tornado um universo tão grande, apesar de ficar bem claro quem é quem em relação aos personagens, conseguir lembrar dos feitiços, das famílias, quem é relacionado a quem e onde cada um está localizado é bem mais complicado”.

E com todo esse universo em suas mãos, há algum livro favorito?

“Não sei como escolher um livro favorito, mas eu gostei demais de escrever o último livro da série, então, nesse caso, diria Cidade do Fogo Celestial e Princesa Mecânica (o último volume da série Peças Infernais)”, indicou.

Adaptação

Quem assistiu à live, nem precisaria perguntar se Cassandra gostou da adaptação para a TV de Instrumentos Mortais, bastava olhar para as expressões da autora ao ler os comentários dos fãs revoltados (visivelmente ela concordava). Ela, contudo, anunciou que há, sim, um projeto para adaptar a segunda série de livros, As Peças Infernais.

“Como é uma série que se passa em outro século, não sei ainda como vai ser”, ressaltou. “Mas eu quero estar mais envolvida no projeto”.

Novos livros

E para aqueles que já estavam com saudades dos livros de Cassandra, uma ótima notícia: ela já está trabalhando em uma nova obra, com previsão de lançamento para o ano que vem.

“O novo livro chama-se Sword Catcher (ainda sem tradução em português), deve sair no próximo ano, e é um livro de fantasia com um mundo novo totalmente inventado por mim, como o de Game of Thrones”, anunciou. “Esse processo está sendo bem diferente e divertido”.

Brasil

Se os leitores brasileiros amam Cassandra Clare, o carinho é recíproco. Tanto que criou uma personagem brasileira para uma nova série.

“Tem uma série que ainda não foi lançada, The Wicked Powers, que tem uma personagem brasileira chamada Thaís”, confirmou. “Não posso falar muito a respeito, já que ainda não foi lançada, mas a personagem é muito legal, descolada e melhor amiga da protagonista. Acredito que ela será de São Paulo, uma vez que em outro livro rapidamente foi mencionado que os pais dela são responsáveis pelo Instituto de São Paulo. Mas os detalhes ainda não estão totalmente traçados”.

E, com tudo isso, teremos Cassandra no Brasil novamente?

“Eu estava com previsão de vir à Bienal (de São Paulo), mas, com os atuais acontecimentos, não sabemos se o evento realmente irá acontecer, então ainda não posso confirmar a minha vinda”, disse. “Mas, se já estiver tudo bem até lá, não teria o menor problema em vir”.

Referência

Cassandra exaltou os demais autores que influenciaram e influenciam a sua carreira e agradeceu por saber que exercer o mesmo tipo de papel para os seus leitores.

“É muito importante saber desse impacto dos meus livros na vida dos leitores”, declarou. “Eu me tornei escritora devido ao impacto que outros autores tiveram em mim, fazendo com que eu quisesse escrever e ser mais criativa”.

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