Resenhas

Amor & Azeitonas, de Jenna Evans Welch | Resenha

Eu sei que os livros nos fazem viajar. Eu, pelo menos, sinto isso a cada leitura. Mas alguns vão além. Transcendem o encantamento das páginas e nos presenteiam com uma viagem emocionante e inesquecível. E Jenna Evans Welch fez isso comigo novamente, em Amor & Azeitonas, seu último livro lançado pela editora Intrínseca.

Eu achava que não poderia me apaixonar mais, como em Amor & Gelato, ou me emocionar, como me emocionei com Amor & Sorte. Mas aconteceu. Agora, na Grécia, a autora parece ter equilibrado a essência de seus dois livros anteriores numa obra que, assim que terminei, tive vontade de reler.

O pai de Liv foi embora para a Grécia quando ela tinha apenas oito anos, sem qualquer motivo aparente e nenhuma despedida. Por isso mesmo, ela resolveu bloqueá-lo de sua mente e do seu coração. Até o dia que um cartão-postal de Santorini chega para mudar a sua vida. Nele, seu pai avisa que estão gravando um documentário sobre suas teorias a respeito da cidade perdida de Atlântida e pede a ajuda de Liv. Atlântida é uma paixão que os dois compartilhavam. E ela se vê obrigada a ir para a Grécia. Chegando lá, Liv precisa lidar com o seu mundo de emoções, inúmeras perguntas e com o charme de Theo, assistente de seu pai. Com o passar do tempo, ela vai descobrir que há algo ainda mais importante do que Atlântida. O verdadeiro motivo que a fez viajar e enfrentar o seu passado.

Eu simplesmente adoro a escrita de Jenna. Desde Amor & Gelato, fiquei encantada com tanta sutileza, tanta leveza e sensibilidade em suas narrativas. Jenna fala sobre amor, família, luto, recomeços, perdão, de forma que você se identifica e se sente acolhida. Embora seus livros sejam voltados para o público jovem, a autora sabe como entrar no coração de todas as faixas etárias.

Como não amar Liv? De todas as protagonistas, foi a minha preferida. E olha que eu gosto muito das três!! Mas eu entendo perfeitamente tudo o que Liv sente. Por experiência própria (apesar de a minha ter sido, obviamente, bastante diferente). Portanto, mais do que qualquer outra coisa, Liv me passou verdade. Me despertou sentimentos bem profundos. Suas inseguranças, problemas com rejeição, o medo de não aguentar passar por isso novamente. Que lindo ver a sua construção e evolução, diante do por do sol inspirador de Santorini. Pelo menos, eu imagino que seja assim. Foi como eu senti que seria ao ler. Porque esse é outro efeito causado pelos livros de Jenna. Você é transportado para os lugares nos quais suas tramas se passam. Já fui para a Itália, revisitei minha amada Irlanda e, agora, pude sonhar com a Grécia. Os lugares – no caso deste livro, Santorini, especificamente – também são como personagens. Parecem estar vivos. Jenna traz uma sensação de pertencimento surpreendente a cada um desses lugares, ainda que a gente nunca tenha pisado lá. Ela nos faz viver todos aqueles momentos.

E, Theo. Ah, Theo! Sou suspeita porque é o nome do meu filho, mas que personagem apaixonante e encantador. Charmoso na medida certa, inteligente, porém, sem ser arrogante nem vaidoso. Uma dupla perfeita com a agora racional Liv, que precisava de um pouco de emoção. Que maneira de ver o mundo e de nos inspirar. Aliás, em Amor & Azeitonas, aprendemos um pouco com cada personagem.

Este livro me pegou de jeito. Por razões pessoais. Todas as questões referentes à relação entre pai e filha,  as frustrações e decepções. Jenna nos trouxe mais uma obra daquelas que, quando acabamos, o coração bate mais forte, mais aquecido. E, como sempre, com aquela vontade arrebatadora de sair correndo para o aeroporto.

Título: Amor & Azeitonas| Autora: Jenna Evans Welch | Editora: Intrínseca | Tradutora: Viviane Diniz | Páginas: 448

Jornalista de coração. Leitora por vocação. Completamente apaixonada pelo universo dos livros, adoraria ser amiga da Jane Austen, desvendar símbolos com Robert Langdon, estudar em Hogwarts (e ser da Grifinória, é claro), ouvir histórias contadas pelo próprio Sidney Sheldon, conhecer Avalon e Camelot e experimentar a magia ao lado de Marion Zimmer Bradley, mas conheceu Mauricio de Sousa e Pedro Bandeira e não poderia ser mais realizada "literariamente". Ainda terá uma biblioteca em casa, tipo aquela de "A Bela e a Fera".

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