Estrelas da Sorte, de Nora Roberts | Resenha
‘Estrelas da Sorte’: um começo arrebatador e mágico
A força do destino. O encanto da magia. O poder do amor. Quem é fã de Nora Roberts reconhece os ingredientes de suas histórias, a essência de suas palavras. Em Estrelas da Sorte, primeiro volume da série Os Guardiões, publicado pela editora Arqueiro, a autora volta com aquilo que sabe fazer de melhor.
Neste livro, somos apresentados à Sasha Riggs, artista que vive atormentada por sonhos que seu talento excepcional transforma em pinturas incríveis. Pinturas essas que mostram o futuro. No entanto, o medo de aceitar e lidar com o seu próprio dom, não conseguiu impedi-la de ignorar as visões que a levam até a ilha grega Corfu. É a partir daí que tudo muda, principalmente quando é lá que ela encontra outras cinco pessoas com habilidades extraordinárias que terão um papel muito importante em sua vida e nessa jornada para encontrar as míticas Estrelas da Sorte, que caíram do céu e precisam ser recuperadas antes de pararem nas mãos da escuridão, colocando em risco o destino de todos.
Na trilogia A Sina do Sete (leia as resenhas de Irmãos de Sangue, A Maldição de Hollow e A Pedra Pagã) também publicada pela Arqueiro, Nora já ensaiou a sua volta “às origens”. Mas, depois de terminar Estrelas da Sorte, foi nele que senti a “minha” Nora. O primeiro volume da série Os Guardiões me remeteu, várias vezes, à Trilogia da Magia, a minha preferida da autora. Mais do que isso, o ritmo imposto por Nora, logo neste início, foi arrebatador. Diferentemente dos outros livros no mesmo estilo, Estrelas da Sorte já nos apresenta os seus seis protagonistas (Nora adora essas combinações). Cada dupla, claro, com seu papel de destaque em cada livro. Neste, Sasha e Bran assumem a dianteira.
Sasha poderia ser mais uma mocinha indefesa e cheia de conflitos, mas ela consegue se sobressair mesmo com toda a insegurança de alguém que, até pouco tempo, preferia se esconder a se descobrir e entender o seu próprio dom. É muito interessante porque Sasha tem a consciência de que teoricamente é o elo mais “fraco” desse grupo tão habilidoso e heterogêneo, mas nem por isso se entrega. Ao contrário, decide lutar e se fortalecer. Tem a humildade de reconhecer que precisa aprender e a determinação para correr atrás e se superar. Sinceramente, eu adorei isso!
Ao mesmo tempo, temos Bran, praticamente o oposto de Sasha. Poderoso, seguro e objetivo, porém, um romântico. Mesmo sem querer. E, quando isso acontece, mostra também a sua vulnerabilidade. Um dos meus personagens preferidos dos seis. Ele e Sasha se equilibram e são capazes de aumentar o poder um do outro. A dinâmica e a química entre os dois são daquelas que só Nora é capaz de criar.
Sobre os demais, Riley (que, por sinal, tem a personalidade bastante parecida com a sua quase homônima Ripley, da minha adorada Trilogia da Magia), Sawyer, Annika e Doyle, não irei me estender para não entregar os seus segredos para aqueles que ainda não os conhecem. O que eu tenho a dizer é que esse, sem sombra de dúvidas, é um dos grupos – se não “O” grupo – mais diferentes, divertidos e cativantes com os quais Nora já nos presenteou. E eu mal posso esperar para ver o que mais os aguarda em sua jornada.
Outros pontos que também me chamaram a atenção neste livro foram a narrativa e a linguagem. Tive a impressão de que, em Estrelas da Sorte, Nora simplesmente se soltou, se libertou. Cheio de referências impagáveis, inclusive de cultura pop, repleto de magia e fantasia, o texto é leve e despretensioso. Vale muito a pena embarcar em mais esta aventura.