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Requiem (HQ) | Resenha

Requiem (HQ): não era bem o que eu esperava

A HQ Requiem é uma produção nacional, da Crás Editora, que eu estava bem ansiosa para ter em mãos, principalmente por causa do tema. O fato é que eu adoro histórias sobre música e eu pensei que esse seria o caso de Requiem — tudo indicava que seria assim. Mas a verdade é que a participação musical na obra é, para todos os efeitos, mínima. E eu estaria mentindo se dissesse que isso não me decepcionou.

Requiem conta uma história post mortem. O protagonista é Johannes, um estudante de um conservatório de música, que acaba morrendo e indo parar em um mundo repleto de instrumentos musicais e referências à música. Esse mundo foi criado pela Compositora, que é uma conhecida de Johannes na vida real.

Depois de acordar nesse mundo estranho, com a ajuda de uma garota estranha chamada Limbo e um cachorrinho chamado Algodão-doce, Johannes tem que descobrir como sair daquele lugar. Ou seja, ele precisa encontrar a Compositora.

Até aí, tudo bem. A premissa é interessante e, na verdade, eu também achei a história bonitinha — os personagens, para todos os efeitos, são bem resolvidos e montados e a história em si segue um fluxo aceitável.

Mas a execução, para mim, é que foi o problema. Requiem é uma HQ desenhada por vários artistas — cada capítulo, mais ou menos, é desenhado por um. A ideia até parece bacana e pode ter agradado a outros leitores, mas não agradou a mim — eu não curti os traços da maioria dos artistas presentes no projeto e acho que a execução artística poderia ter sido mais bem feita.

 Outra coisa que me incomodou também foi a montagem dos diálogos, que eu achei meio artificial em alguns momentos.

Mas, no geral, a história é bonitinha. Fala de como pode ser ruim nutrir sentimentos negativos pelos outros, sobre saudade, sobre como pode ser difícil se levantar depois de uma queda e fala de superação.

Eu só acho que, talvez, o livro tenha sido considerado como “pronto” cedo demais. 

Quanto ao trabalho da editora, não tenho nada a reclamar. A capa está coerente com a história e está bem colorida — foi desenhada pelo Thiago Spyked, que também desenhou o primeiro capítulo do livro. O miolo está bonito e bem feito. Não tenho nada a reclamar.

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