E Se Fosse A Gente, de Becky Albertalli e Adam Silvera | Resenha
Quando Arthur foi ao correio naquela manhã, ele não imaginava que, na verdade, o amor seria entregue a ele em forma de flash mob. Quando Ben decidiu enviar as coisas do seu ex pelo correio – já que ele não deu as caras na sala de recuperação -, nem pensava que o garoto fofinho falando sobre o universo sem parar mudaria a sua vida.
Em E Se Fosse A Gente?, publicado pela editora Intrínseca, Arthur se muda temporariamente para Nova York com os pais enquanto sua mãe resolve coisas do trabalho e, de quebra, o coloca para estagiar em sua empresa. Durante uma das tarefas meio chatas do seu emprego, Arthur conhece Benjamin, um garoto porto-riquenho que só quer por um fim no coração partido dele ao se livrar das coisas que seu ex-namorado, Hudson, deixou para trás.
Ao começarem a conversar, percebem que o universo pode estar falando mais alto no momento. Bom, Arthur acha. Ben, por outro lado, parece meio descrente. Mas quem não ficaria depois de um término um tanto traumático, não é? O universo, no entanto, parece se arrepender do que fez porque, logo quando a conversa fica boa, um enorme flash mob acontece e os dois são separados pelo destino. Ou não? Arthur e Benjamin, o casal, permanecerá como um constante ponto de interrogação na vida deles? E se tivesse sido O momento? E se eles estivessem marcados para ficar juntos? E agora?
E Se Fosse A gente? narra um romance com início bastante inusitado, mas que revela emoções bem mais profundas do que um bate-papo na fila dos correios. Tanto Ben quanto Arthur descobrem muito sobre si mesmos durante as poucas semanas que prometem passar juntos. Neste livro, não há grandes reviravoltas. O foco da história é o desenrolar da vida dos dois durante o verão nova-iorquino. Assim, para além de uma história de amor, o livro inaugural da parceria de Albertalli e Silvera fala sobre amizade, amadurecimento e, principalmente, a importância de reconhecer que nada na vida é um conto de fadas ou como nos filmes. Às vezes, as coisas não dão certo e está tudo bem. Vida que segue. Dói – ou não -, mas passa. O importante é aprender com todos os acontecimentos.
Becky Albertalli e Adam Silvera nos apresentam uma história boa, consistente, realista, mas ainda tem seus probleminhas. Pessoalmente, tive dificuldade com o ritmo da trama. Justamente por acompanhar detalhadamente o ponto de vista dos dois meninos, intercalando por capítulo, a leitura foi um pouco mais cansativa e confusa do que eu achei que seria. Talvez, a troca de vozes pudesse ter sido um pouco mais clara nas conversas também. Outra questão foi que não consegui acreditar na química dos personagens por um longo número de páginas. Contudo, perto do final, entendi o porquê. Não vou explicar detalhadamente por motivos de spoilers, mas tem a ver com o desenvolvimento dos personagens.
Mesmo com seus problemas, E Se Fosse A Gente? tem lições válidas e é uma leitura prazerosa. A parceria de Albertalli e Silvera trouxe um quê de novidade para o Young Adult e eu recomendo para quem gosta de acompanhar uma história de amor do mundo real – ainda que, para nós, leitores brasileiros, seja meio difícil imaginar um estágio de verão em Nova York, né? 😉
2 Comentários
Camila Faria
Oi Isabella, tudo bom? Eu achei o tema super fofinho, mas (sendo young adult) o livro tem que ser MUITO bom para me conquistar. Pelo que eu li na sua resenha, essa falta de ritmo iria acabar me incomodando ao longo da leitura, acho que não me arriscaria. Mas adorei sua resenha sincera de qualquer forma. 🙂
Isabella Alvarez
Oi, Camila! Tudo bem sim e contigo? Pois é o tema é ótimo, mas tem tópicos que podem desagradar mesmo, principalmente quem não é super fã de young adults. Brigada pela presença e pelo elogio. 😀