O Vitral Encantado, de Diana Wyne Jones | Resenha
Desde que li a primeira obra de Diana Wyne Jones, me tornei uma fã apaixonada pelo trabalho dela e passei a literalmente procurar por suas histórias. Felizmente, descobri que ela escreveu muitas ao longo de sua vida, mas infelizmente a maioria não tem tradução para o português. Mas O Vitral Encantado tem! Olha que maravilhoso. E publicado aqui no Brasil pela Galera Júnior.
A história gira em torno do protagonista Andrew Hope e do fato de ter se tornado o confuso dono da mansão do seu avô, que acabara de falecer. Mas, naturalmente, não é apenas isso. A verdade é que o avô de Andrew era um mago e que, junto com a casa, vinham também muitos mistérios e um campo de proteção, o que tornava Andrew o responsável pela segurança de toda a região.
E, como Jones é o tipo de autora que não se contenta com apenas um mistério de cada vez, ela ainda insere na história o jovem Aidan Cain, que, caçado pelos temíveis Perseguidores, vai até a porta de Andrew pedir por abrigo e proteção. E, assim, os dois se tornam amigos para desbravar as terras e os mistérios da mansão.
Nesse livro, Diana faz o que ela já fazia muito bem — além de criar histórias sensacionais com personagens maravilhosos. Ela joga um monte de perguntas na cara do leitor na primeira metade do livro. E, se o intuito dela é fazer com que enlouqueçamos pensando em teorias bizarras, ela consegue facilmente — eu chego a pausar a leitura em certos momentos, só para ficar conjecturando por alguns minutos, antes de voltar a ler e descobrir, mais tarde, que estou errada.
É a partir da segunda metade do livro que ela começa a oferecer as respostas e a amarrar as pontas soltas, surpreendendo a cada mistério resolvido. Mas você deve ter notado que, em nenhum momento, eu comentei sobre o tal vitral encantado — que é o título do livro, afinal. O fato é que o vitral existe na história, mas eu diria que papel dele é bem secundário — apesar de o título soar bem aos ouvidos, admito que eu não o teria usado. Por outro lado, o vitral tem, sim, a sua importância na história, só que acaba ficando suplantado por tantos mistérios.
Os personagens são um caso à parte, porque a Diana sabe criar personagens muito bem. Não precisou nem de um capítulo para que eu me sentisse próxima do Andrew e depois, do Aidan. E essa familiaridade, junto com a forma fluida com que Jones conduz a história, torna muito fácil a leitura. Eu diria que esse é o tipo de livro que se lê em um dia.
Quanto ao trabalho da editora, eu achei ótimo. A Galera Júnior fez um ótimo trabalho com o material — a capa é absolutamente linda, exatamente do jeito que acho que deveria ser.
O Vitral Encantado é mais uma obra que vou guardar e me lembrar com carinho dessa autora que tanto admiro — na verdade, são grandes as chances de lê-lo outra vez. É uma leitura leve, fácil e incansável.
Título: O Vitral Encantado | Autora: Diana Wyne Jones | Tradutor: Raquel Zampil | Editora: Galera Júnior | Páginas: 304