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Como Sobreviver à Realeza, de Rachel Hawkins | Resenha

‘Como Sobreviver à Realeza’: uma leitura divertida e surpreendente

Sabe aquele sonho adolescente de encontrar o “príncipe encantado” e, quem sabe, literalmente entrar para a realeza? Pois então. A Daisy Winters, de Como Sobreviver à Realeza, lançamento da editora Alt escrito por Rachel Hawkins, nunca quis isso. Mas foi exatamente o que aconteceu com ela. Pelo menos, em parte. E o resultado? Um livro delicioso e divertido.

Na história, Daisy é uma jovem comum, com seus cabelos vermelhos, que só quer aproveitar a viagem com a melhor amiga para uma convenção de cultura pop. O problema é que sua irmã mais velha perfeita está noiva de ninguém menos do que o príncipe da Escócia. Ela até tenta se manter alheia a tudo isso e bem longe dos holofotes, mas uma armação acaba fazendo com que ela vá parar nas manchetes das revistas. Por isso, Daisy é intimada a passar as suas férias na Escócia para se manter longe de confusão. O que, para muitas pessoas, seria um sonho, para Daisy é quase um sacrifício, ainda mais quando ela precisa lidar com o charmoso Miles, que foi designado para ensiná-la como se adaptar a essa realidade. E, ainda que a Coroa escocesa tente fazer com que Daisy siga as suas regras, é a jovem que pode acabar mudando as normas reais.

Como Sobreviver à Realeza é um bálsamo. Sabe aquela leitura gostosa? Que você nem percebe o quanto está fluindo e, quando vê, praticamente terminou o livro? É exatamente isso. A escrita de Rachel é ágil, objetiva. Ela não se prende a maiores detalhes e confere um ritmo bem leve à narrativa. Adorei, inclusive, as intervenções em forma de matérias das revistas de fofocas. Simples e genial.

Daisy é extremamente carismática e engraçada. No início, até me pareceu que ela seria mais uma daquelas adolescentes meio cínicas que, dependendo da situação, acaba tirando um pouco a nossa paciência. Não poderia estar mais enganada! Daisy literalmente rouba a cena. Ela é ousada, empoderada, destemida e cheia de personalidade. Em poucas páginas, fui completamente hipnotizada pelo humor ácido e inteligente da protagonista, responsável por algumas tiradas hilárias, característica que puxou do pai. Aliás, que dupla! Confesso que, às vezes, chegava a ficar constrangida com o senso de humor paterno, mas me diverti horrores com isso.

Ainda que possa parecer mais um clichê, Como Sobreviver à Realeza conseguiu me surpreender, em todos os sentidos. Inclusive, em termos de construção de personagens e da narrativa. Rachel não nos entrega uma história rasa. Longe disso. E mesmo os clichês – que eu adoro, por sinal! – são bem desenvolvidos. Você consegue – mesmo que não concorde – entender as atitudes e comportamentos dos personagens, que fogem da superficialidade.

Rachel fala sobre feminismo, família, sexualidade e reflete muito sobre a pressão imposta pela sociedade para nos adequarmos a certos padrões – que dirá quando isso diz respeito à realeza. E é claro que também não poderia faltar o romance. Miles é uma graça. Introvertido, quase sisudo, ele também tem seus motivos para agir com Daisy da maneira que age, mas todas muito bem colocadas e pontuadas. Eu simplesmente não consegui nem ficar chateada com ele. E a dinâmica entre eles é bem fofa.

Eu achei sensacional a premissa de o livro ser todo através do ponto de vista de Daisy, que não queria estar vivendo algo que pode ser idealizado por muita gente e também por sua irmã mais velha (que, mesmo parecendo ser uma ingrata superficial, tem seus próprios problemas e inseguranças para lidar e me comoveu). Daisy faz tudo parecer mais verdadeiro, mas plausível e interessante. Como Sobreviver à Realeza é aquele livro para ser única e exclusivamente bem aproveitado, para deixar aquele sorriso no rosto ao final da leitura. Mal posso esperar para ler o próximo livro da série, Sua Alteza Real (que também será lançado pela Alt).

Título: Como Sobreviver à Realeza | Autora: Rachel Hawkins | Tradutora: Isadora Sinay |Editora: Alt | Páginas: 312

 

Jornalista de coração. Leitora por vocação. Completamente apaixonada pelo universo dos livros, adoraria ser amiga da Jane Austen, desvendar símbolos com Robert Langdon, estudar em Hogwarts (e ser da Grifinória, é claro), ouvir histórias contadas pelo próprio Sidney Sheldon, conhecer Avalon e Camelot e experimentar a magia ao lado de Marion Zimmer Bradley, mas conheceu Mauricio de Sousa e Pedro Bandeira e não poderia ser mais realizada "literariamente". Ainda terá uma biblioteca em casa, tipo aquela de "A Bela e a Fera".

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