A Matemática do Amor, de Hannah Fry|Resenha
“A Matemática do Amor”: Hannah Fry usa o amor para aproximar o público dos números
Atenção, solteiro(a)s desesperado(a)s para encontrar a sua alma gêmea! Não desanimem! O terceiro volume da série TED Books, publicado pela editora Alaúde, vai lhe ajudar. Calma! O livro não apresenta uma receita milagrosa, mas traz algumas fórmulas que podem aproximar você da sua cara metade ou, pelo menos, lhe deixar mais tranquilo na árdua procura. Em A Matemática do Amor, Hannah Fry conduz o leitor por uma curiosa jornada sobre padrões que regem a vida amorosa e prova como a matemática pode ser uma aliada na busca pelo par ideal.
Falar sobre o amor junto com esta disciplina tão temida é algo que assusta o público, ou, no mínimo, desperta um interesse súbito. Afinal, há sempre aquela velha máxima de que a matemática está muito mais para a razão do que da emoção. Preconceitos à parte, a escritora e matemática Hannah Fry consegue prender o leitor logo nas primeiras páginas, apresentando com leveza a proposta em debate. Mesmo com um tema de grande interesse (a busca pelo amor), é preciso destacar a capacidade da autora de conversar com o público. A escrita dela é surpreendentemente envolvente – talvez, fale assim porque também tenho aquele preconceito ingênuo de que, só porque uma pessoa é boa com os números, ela deve ser ruim com as palavras. Bobagem! Hannah domina bem as duas áreas.
A Matemática do Amor apresenta uma narrativa descontraída. Apesar de falar sobre diversas pesquisas e fórmulas numéricas, a autora não deixa o livro ficar chato ou teórico demais. Em alguns momentos, inclusive, é possível dar boas gargalhadas com a obra. Ela tenta simplificar ao máximo as palavras, além de usar vários exemplos divertidos (como, por exemplo, personagens da série Friends ou da saga Harry Potter) para cativar esse leitor, a princípio, desconfiado, arrebatando-o, em seguida.
Mesmo com o esforço da autora, em alguns momentos, é preciso ter atenção na leitura. Afinal, matemática é matemática! Um pouco complexa para os leigos. Mas nada que uma leitura cuidadosa não resolva. Garanto que você não vai ficar com “cara de paisagem”, como naquelas aulas de logaritmo na escola. Hannah é uma boa professora.
Como os outros livros da coleção TED Books, também é possível ver a palestra que deu origem à publicação A Matemática do Amor. No vídeo, o público tem um aperitivo da didática de Hannah e de alguns tópicos que ela aborda no livro. O legal deste volume é que a autora explora outros temas não divulgados na apresentação, tornando a leitura ainda mais enriquecedora. E, se você já encontrou a sua cara metade, o livro apresenta outros estudos bem interessantes: como otimizar o casamento e como viver feliz para sempre.
Na parte de organização do casamento, devo salientar que uma das dicas não funciona muito bem na cultura brasileira, já que não temos o costume de escolher o lugar dos convidados nas mesas. No entanto, ainda sim, é interessante.
“O amor é repleto de padrões – padrões que a matemática consegue descrever como nenhuma outra disciplina.”
Por mais que fale de amor, e o livro desenvolva o tema, o grande mérito de A Matemática do Amor é transformar a disciplina tão temida em algo mais perto do público e relevante para a vida das pessoas. A matemática não é importante apenas – como pensamos, muitas vezes – para “fazer contas”. Ela pode ser uma grande aliada nos estudos do comportamento humano, inclusive, no amor, e fundamental para entendermos os mistérios que cercam a vida.
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