Filho Dourado, de Pierce Brown | Resenha
‘Filho Dourado’: uma leitura cheia de fortes emoções
Hoje é o dia do livro Filho Dourado, o segundo volume da trilogia Red Rising, do autor Pierce Brown, publicado pela editora Globo Livros.
Bom, já vou começar falando que Brown conseguiu manter a qualidade altíssima da história. Então, já deu para perceber que eu adorei! Melhor ficção científica que já li! Declaro amor eterno a Pierce Brown! Sua trilogia é uma das melhores que já li.
Filho Dourado mantém a característica de ficção científica, obviamente, e a mesma complexidade – talvez até mais – do volume anterior, Fúria Vermelha. O que eu quero dizer com isso é que, se você não leu o primeiro livro, eu sinceramente não recomendo que leia o segundo. Você vai acabar se perdendo e não vai aproveitar o potencial máximo da história. mesma qualidade, diga-se de passagem. beça do Darrow, uma vez que a narrativa em primeira pessoa continua – com alguma coisa
Mas vamos ao resumo da história.
E aviso logo que pode conter algum spoiler nos próximos parágrafos. Nesse caso, se você é do tipo que abomina spoilers, sugiro que pare aqui e agora, porque fazer um resumo desse segundo livro sem soltar alguma coisa pode ser uma façanha além das minhas capacidades. Afinal, sou uma mera mortal que gosta muito de ler.
Então, só para deixar bem claro, para todo mundo ver, eu aviso: SPOILER ABAIXO!!!!
Agora a responsabilidade é sua, caro leitor.
Nesse segundo volume, voltamos para a cabeça do Darrow, uma vez que a narrativa em primeira pessoa continua – com a mesma qualidade, diga-se de passagem. Mas o nosso queridinho Darrow agora é um lanceiro da casa de Augustus, que sendo o homem que ele mais odeia no universo, já dá uma apimentada na história.
Reingressamos no universo de Darrow e sua luta contra a injustiça da sociedade dos Ouros com a sua derrota na Academia para ninguém menos do que Karnus Bellona, um dos filhos do chefe da família Bellona – que, por definição e posição social, é inimiga declarada da família Augustus, sem falar das picuinhas que ela possui também com o próprio Darrow, cortesia do volume anterior da trilogia. E essa derrota consegue transformar a vida do Darrow em uma coisa realmente triste e vergonhosa. Ele perde todo o prestígio que havia conseguido com a sua vitória anterior e esmagadora no Instituto e corre o risco de ser abandonado até mesmo pelo próprio Augustus, que, por sua vez, enfrenta os seus problemas políticos – como a possibilidade de perder o seu cargo de ArquiGovernador de Marte para a família Bellona.
E é aí que a história começa a ficar interessante, porque Darrow tem que dar um jeito de voltar para o topo da vida social.
E o pior é que, usando toda a sua inteligência, esperteza, sagacidade e alianças inusitadas, ele consegue! É por isso que eu gosto desse personagem. É por isso que eu amo o Pierce Brown! Porque ele conseguiu criar tudo isso sem forçar a barra e sem deixar a coisa toda artificial.
A partir daí, tudo passa a poder acontecer. Tem início uma guerra entre a família Augustus, com todos os seus aliados e o invencível Darrow – que começa a se tornar uma lenda, porque o cara leva tombo atrás de tombo e sempre acaba se erguendo das cinzas, triunfando lindamente e sambando na cara de todo mundo – e a família Bellona, que detém o apoio da Soberana em pessoa.
Atenção: ACABOU O SPOILER!!! Então, se quiser continuar lendo, fique à vontade.
Ou seja, o sangue quase espirra na cara do leitor. Mas, atenção, toda e qualquer morte – de personagens notáveis, pelo menos – tem um motivo. Ninguém morre por nada. E isso é muito, muito importante para a avaliação do autor. Com isso, Brown subiu ainda mais no meu conceito.
E se Fúria Vermelha já te deixou roendo todas as unhas ao longo da leitura e gritando de euforia no final, Filho Dourado vai fazer você comer seus dedos enquanto lê e arrancar os cabelos no fim. O livro é simplesmente uma montanha russa, porque a leitura é com muita emoção.
Nesse segundo volume, vemos personagens mais maduros e ainda mais espertos – afinal, já se passaram dois anos desde que eles saíram do Instituto. Vemos mais intrigas, mais traições, mais tramoias e mais lutas. Mas também vemos mais sentimento, porque os personagens que antes eram jovens, ingressando na sociedade, agora são homens e mulheres que precisam lutar e usar toda a sua capacidade para sobreviver e mais ainda para se dar bem. Vemos planos dentro de planos, e até mesmo os segredos têm segredos.
Ou seja, a todo o momento o leitor sofre um baque de surpresa. Quando você acha que está sacando a história e entendendo como são os personagens e o que vai acontecer em seguida, o autor joga uma bomba na sua cara, explodindo todas as suas teorias e você percebe que você não pode prever nada.
E isso é muito, muito legal! Adoro ser surpreendida em minhas leituras.
Mas vale notar que, enquanto o primeiro volume me pareceu mais uma forma do autor prender o leitor nesse universo fantástico que ele criou e fazer com que nos apegássemos aos personagens, eu diria que nesse segundo volume, ele vai levar esses sentimentos ao extremo. Sem falar que alguns segredos do primeiro volume serão revelados nesse segundo.
A qualidade da escrita do autor continua excepcional – e ele continua sendo uma graça de se olhar, se querem saber. E, dessa vez, há, nas primeiras páginas do livro, uma breve explicação sobre o formato dessa sociedade fictícia, o que ajuda bastante na hora de entender como as coisas funcionam nesse universo.
A Globo Livros mantém a boa qualidade do trabalho físico. Eu não tenho nenhuma reclamação. Só elogios. Bom trabalho! E, por favor, lancem logo o terceiro volume. Se puderem, amanhã já seria ótimo.
Por fim, eu recomendo a leitura de ambos os livros. Sinceramente não recomendo a leitura do segundo sem que se tenha lido o primeiro. Mas, qualquer um dos dois que você, amigo leitor, decidir ler, digo apenas: prepare o seu coração, porque as emoções vão ser fortes.
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