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Filmes do Oscar 2016 baseados em livros

Confira a lista de filmes do Oscar 2016 baseados em livros que estão fazendo o maior sucesso

Nós, aqui do Vai Lendo, somos apaixonados por livros. Mas há também espaço no nosso coração para o cinema. Até que dá para dividir o tempo de leitura com as telonas. Principalmente, porque boa parte das nossas histórias preferidas vira filme. E atire a primeira pedra quem nunca imaginou como seria determinada cena ou personagem descrito numa página na “vida real”. E, já que vamos entrar na semana da maior premiação do cinema, resolvemos juntar o útil ao agradável e compartilhar com vocês uma lista com todos os filmes do Oscar 2016 baseados em livros. Tem para todos os gostos: drama, romance, ficção científica, baseado em fatos verídicos e, até mesmo, uma biografia.

Prepare a pipoca e aproveite as dicas de leitura e de filmes para o fim de semana:

O Regresso, de Michael Punke (Intrínseca)
Filme: O Regresso

12 Indicações ao Oscar: Melhor Filme; Melhor Diretor (Iñárritu); Melhor Ator (Leonardo DiCaprio); Melhor Ator Coadjuvante (Tom Hardy); Melhor Figurino (O Regresso); Melhor Maquiagem e Penteado; Melhor Fotografia; Melhor Edição; Melhores Efeitos Visuais; Melhor Edição de Som; Mixagem de Som e Produção de Arte.

Filmes do Oscar 2016 baseados em livros O Regresso
‘O Regresso’, de Michael Punke / Divulgação

Em 1823, os caçadores da Companhia de Peles Montanhas Rochosas desbravavam as terras inexploradas dos Estados Unidos, enfrentando diariamente o clima implacável, as feras selvagens e a ameaça constante de confronto com os índios, que defendiam suas terras da invasão dos homens brancos.

Em uma das missões da companhia, Hugh Glass, um dos melhores e mais experientes caçadores do grupo, fica frente a frente com um urso-cinzento, é atacado e termina gravemente ferido, claramente sem chances de sobreviver. Os homens que deveriam esperar sua morte e lhe oferecer um funeral apropriado o abandonam, levando consigo as armas e os suprimentos. Entre delírios, Glass os observa fugindo e é tomado por um único desejo: vingança. Uma determinação cega que o torna capaz de atravessar quase cinco mil quilômetros de terras intocadas e selvagens, fugindo de predadores, sobrevivendo à fome e à agonia dos ferimentos mais terríveis, a fim de concluir seu objetivo.

Inspirado em fatos reais e escrito em uma prosa arrebatadora, O regresso é uma notável história de obsessão, um romance sobre um homem cuja vida foi ao mesmo tempo salva e condenada pela sede de vingança.

Perdido em Marte, de Andy Weir (Arqueiro)
Filme: Perdido em Marte

7 Indicações ao Oscar: Melhor Filme; Melhor Ator (Matt Damon); Melhor Roteiro Adaptado (Drew Goddard); Melhores Efeitos Visuais; Melhor Edição de Som; Mixagem de Som e Produção de Arte.

Perdido em Marte, de Andy Weir / Divulgação
‘Perdido em Marte’, de Andy Weir / Divulgação

Há seis dias, o astronauta Mark Watney se tornou a décima sétima pessoa a pisar em Marte. E, provavelmente, será a primeira a morrer no planeta vermelho.

Depois de uma forte tempestade de areia, a missão Ares 3 é abortada e a tripulação vai embora, certa de que Mark morreu em um terrível acidente.

Ao despertar, ele se vê completamente sozinho, ferido e sem ter como avisar às pessoas na Terra que está vivo. E, mesmo que conseguisse se comunicar, seus mantimentos terminariam anos antes da chegada de um possível resgate.

Ainda assim, Mark não está disposto a desistir. Munido de nada além de curiosidade e de suas habilidades de engenheiro e botânico – e um senso de humor inabalável –, ele embarca numa luta obstinada pela sobrevivência.

Para isso, será o primeiro homem a plantar batatas em Marte e, usando uma genial mistura de cálculos e fita adesiva, vai elaborar um plano para entrar em contato com a Nasa e, quem sabe, sair vivo de lá.

Com um forte embasamento científico real e moderno, Perdido em Marte é um suspense memorável e divertido, impulsionado por uma trama que não para de surpreender o leitor.

Carol, de Patricia Highsmith (L&PM Editores)
Filme: Carol

6 Indicações ao Oscar: Melhor Atriz (Cate Blanchett); Melhor Atriz Coadjuvante (Rooney Mara); Melhor Roteiro Adaptado (Phyllis Nagy); Melhor Figurino; Melhor Fotografia e Melhor Trilha Sonora (Carter Burwell).

'Carol', de Patricia Highsmith / Divulgação
‘Carol’, de Patricia Highsmith / Divulgação

Um thriller sobre o amor proibido entre duas mulheres Therese Belivet vê Carol Aird pela primeira vez em uma loja de departamentos de Nova York, onde trabalha como vendedora. Carol está escolhendo um presente de Natal para a filha e resplandece numa aura de perfeita elegância. Observando-a do balcão, Therese está inteiramente despreparada para o choque de uma epifania erótica e para um amor que será imediatamente condenado por todos. Pois a vida de dona de casa suburbana de Carol é tão imbecilizante quanto o emprego de Therese, e ambas partem para uma jornada sem volta. Segundo romance de Patricia Highsmith (1921-1995) a ser publicado, esta história de obsessão e libertação sexual é um dos mais importantes romances de língua inglesa do século XX, embora ainda não totalmente reconhecido. Trata-se claramente do primeiro livro de prestígio a abordar o lesbianismo com certa naturalidade, sob uma atmosfera de suspense que caracteriza todos os trabalhos da autora, mas também com direito a diálogos francos, um humor emotivo e personagens enternecedores. Um clássico contemporâneo que cativou milhões de leitores desde sua publicação, em 1952, sob o pseudônimo de Claire Morgan.

Uma Ponte Entre Espiões, de James Donovan (Record)
Filme: Ponte de Espiões

6 Indicações ao Oscar: Melhor Filme; Melhor Ator Coadjuvante (Mark Rylance); Melhor Roteiro Original (Matt Charman e Ethan Coen e Joel Coen); Melhor Trilha Sonora (Thomas Newman); Mixagem de Som e Produção de Arte.

Filmes do Oscar 2016 baseados em livros Uma Ponte Entre Espiões
‘Uma Ponte Entre Espiões’, de James Donovan / Divulgação

A história verídica que deu origem ao filme Ponte dos Espiões. Ao mesmo tempo um drama processual noir e um brilhante estudo psicológico, Uma ponte entre espiões é o envolvente e fascinante relato do maior caso de espionagem de uma geração. Na manhã de 10 de fevereiro de 1962, James B. Donovan começou a percorrer a ponte Glienicke, a famosa “ponte dos espiões”, que na época ligava Berlim Oriental à Ocidental. Com ele, caminhava Rudolf Ivanovich Abel, durante anos chefe da espionagem soviética nos Estados Unidos. Do outro lado estava Francis Gary Powers, o piloto americano do U-2 abatido pelos soviéticos. Duas pessoas que não se conheciam, representantes de mundos opostos. Neste livro, Donovan conta como negociou a troca e defendeu Abel em todos os estágios de seu julgamento. Abel foi o mais talentoso, misterioso e eficiente espião de sua época. Seu julgamento, que começou em um tribunal distrital do Brooklyn e terminou na Suprema Corte dos Estados Unidos, revelou os métodos e os êxitos da espionagem soviética.

A jogada do século: A história do colapso financeiro de 2008 que deu origem ao filme A Grande Aposta, de Michael Lewis (Best Business)
Filme: A Grande Aposta

5 Indicações ao Oscar:  Melhor Filme; Melhor Diretor (Adam Mckay); Melhor Ator Coadjuvante (Christian Bale); Melhor Roteiro Adaptado (Charles Randolph e Adam McKay) e Melhor Edição.

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‘A jogada do século’, de Michael Lewis / Divulgação

Em A Jogada do Século, Michael Lewis, considerado um dos principais escritores de economia da atualidade, constrói uma crônica muito bem articulada sobre como o colapso financeiro de 2008 se desenrolou, passo a passo, além de revelar os principais personagens de Wall Street envolvidos na crise, tudo permeado de um humor ácido, em uma narrativa instigante.

O livro inspirou o filme A grande aposta, com direção de Adam McKay e elenco composto por Christian Bale, Steve Carell, Ryan Gosling e Brad Pitt.

O filme foi indicado para 3 categorias do Globo de Ouro de 2016: Melhor filme, Melhor roteiro e tanto Christian Bale quanto Steve Carell foram indicados para a categoria de Melhor ator.

A Garota Dinamarquesa, de David Ebershoff (Fábrica231)
Filme: A Garota Dinamarquesa

4 Indicações ao Oscar: Melhor Ator (Eddie Redmayne); Melhor Atriz Coadjuvante (Alicia Vikander); Melhor Figurino e Produção de Arte.

Filmes do Oscar 2016 baseados em livros A Garota Dinamarquesa
‘A Garota Dinamarquesa’, de David Ebershoff / Divulgação

Um simples favor que a esposa pede ao marido numa tarde fria, enquanto os dois pintam no ateliê. A modelo que vem posando para ela cancelou a sessão; ele se importaria de colocar as meias e os sapatos da moça, por alguns instantes, para que ela possa terminar o resto do retrato? “Claro”, diz ele.“O que você quiser.” Assim começa uma das mais passionais e incomuns histórias de amor do século XX.

Inspirado na história real do pintor dinamarquês Einar Wegener e sua esposa californiana, este delicado retrato

de um casamento nos desafia a refletir o que fazer quando alguém que amamos quer mudar. Einar passa a se vestir cada vez mais como Lili – uma espécie de alter ego feminino –, por quem Greta se vê estranhamente atraída, e à medida que Einar desaparece na lembrança, eles percebem que uma escolha terá de ser feita: Lili ou Einar.

Tendo como pano de fundo o glamour e a decadência da Europa da década de 1920, A garota dinamarquesa retrata a quase esquecida história de amor entre um homem que descobre sua verdadeira sexualidade e uma mulher disposta a sacrificar tudo por ele.

Romance de estreia de David Ebershoff, A garota dinamarquesa ganhou o Prêmio Literário Lambda de 2000 na categoria de ficção transgênero, e foi transformado em um grande filme estrelado pelo já vencedor do Oscar, Eddie Redmayne.

Quarto, de Emma Donoghue (Verus)
Filme: O Quarto de Jack

4 Indicações ao Oscar: Melhor Filme; Melhor Diretor; Melhor Atriz e Melhor Roteiro Adaptado (Emma Donoghue).

'Quarto', de Emma Donoghue / Divulgação
‘Quarto’, de Emma Donoghue / Divulgação

Para Jack, um esperto menino de 5 anos, o quarto é o único mundo que conhece. É onde ele nasceu e cresceu, e onde vive com sua mãe, enquanto eles aprendem, leem, comem, dormem e brincam. À noite, sua mãe o fecha em segurança no guarda-roupa, onde ele deve estar dormindo quando o velho Nick vem visitá-la.

O quarto é a casa de Jack, mas, para sua mãe, é a prisão onde o velho Nick a mantém há sete anos. Com determinação, criatividade e um imenso amor maternal, a mãe criou ali uma vida para Jack. Mas ela sabe que isso não é suficiente, para nenhum dos dois. Então, ela elabora um ousado plano de fuga, que conta com a bravura de seu filho e com uma boa dose de sorte. O que ela não percebe, porém, é como está despreparada para fazer o plano funcionar.

Brooklyn, de Colm Tóibín (Companhia das Letras)
Filme: Brooklyn

3 Indicações ao Oscar: Melhor Filme; Melhor Atriz (Saoirse Ronan) e Melhor Roteiro Adaptado (Nick Hornby).

Brooklyn, de Colm Tóibín / Divulgação
‘Brooklyn’, de Colm Tóibín / Divulgação

No início dos anos 1950, a Irlanda não oferece futuro para jovens como Eilis Lacey. Sem encontrar emprego, ela vive na pequena Enniscorthy com a mãe viúva e a irmã Rose. Mas eis que o padre Flood lhe faz uma oferta de trabalho e moradia no Brooklyn, Estados Unidos. De início apavorada com a ideia de sair do ninho familiar, ela acaba partindo rumo à América.

Triste e solitária em seu novo mundo, a tímida Eilis acaba por estabelecer uma rotina de trabalho diurno e estudo noturno na faculdade de Contabilidade. No baile semanal da paróquia, conhece um jovem de origem italiana que aos poucos entra em sua vida. Mas quando começa a se sentir mais livre e segura, Eilis é obrigada a voltar, por algumas semanas, para Enniscorthy. E ali ela se vê, mais uma vez, diante de uma escolha muito difícil.
Sem nunca fazer de Eilis uma heroína clássica, Colm Tóibín trama uma delicada teia de sentimentos ocultos, de aceitação do destino e de sonhos abandonados que deixará o leitor preso à história muito tempo depois de terminar o livro.

Steve Jobs por Walter Isaacson (Companhia das Letras)
Filme: Steve Jobs

2 Indicações ao Oscar: Melhor Ator (Michael Fassbender) e Melhor Atriz Coadjuvante (Kate Winslet)

Divulgação
Steve Jobs por Walter Isaacson / Divulgação

O livro, baseado em mais de quarenta entrevistas com Jobs ao longo de dois anos – e entrevistas com mais de cem familiares, amigos, colegas, adversários e concorrentes -, narra a vida atribulada do empresário extremamente inventivo e de personalidade forte e polêmica, cuja paixão pela perfeição e cuja energia indomável revolucionaram seis grandes indústrias: a computação pessoal, o cinema de animação, a música, a telefonia celular, a computação em tablet e a edição digital.

Numa época em que as sociedades de todo o mundo tentam construir uma economia da era digital, Jobs se destaca como o símbolo máximo da criatividade e da imaginação aplicada à prática.

Embora tenha cooperado com esta obra, Jobs não pediu nenhum tipo de controle sobre o conteúdo, nem mesmo o direito de lê-lo antes de ser publicado. Não estabeleceu nenhum limite: pelo contrário, incentivou seus conhecidos a falarem com franqueza. “Fiz muitas coisas que não acho louváveis, como ter engravidado minha namorada aos 23 anos de idade e a maneira como encaminhei a questão”, disse ele. “Mas não tenho nenhum segredo a esconder.”

Jobs fala com franqueza, e às vezes com brutalidade, sobre os companheiros de trabalho e os concorrentes. Do mesmo modo, seus amigos, inimigos e colegas apresentam um painel com as paixões, os demônios, o perfeccionismo, os desejos, o talento artístico, as manias e a obsessão controladora que formaram sua atitude empresarial e os produtos inovadores que criou.

Jobs é capaz de levar à fúria e ao desespero quem está perto dele. Mas a personalidade e os produtos, assim como um hardware e um software da Apple, estão unidos num mesmo sistema integrado. Sua história é ao mesmo tempo uma lição e uma advertência, e ilustra a capacidade de inovação e de liderança, o caráter e os valores de um homem que ajudou a construir o futuro.

Leia a resenha de Steve Jobs por Walter Isaacson

Trumbo, de Bruce Cook (Intrínseca)
Filme: Trumbo – A Lista Negra

1 Indicação ao Oscar: Melhor ator (Bryan Cranston)

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‘Trumbo’, de Bruce Cook / Divulgação

Em 1947, o jornal The Hollywood Reporter divulgou uma série de nomes de vários profissionais do cinema americano supostamente envolvidos com o comunismo. Todos os olhares do Congresso dos Estados Unidos se voltaram para a possibilidade de comunistas e simpatizantes estarem sutilmente instilando sua propaganda nos filmes de Hollywood. Dez pessoas foram intimadas a depor no Comitê de Atividades Antiamericanas – um grupo depois conhecido como os “Dez de Hollywood” –, e o roteirista Dalton Trumbo era seu principal nome.

Radical à própria maneira, franco e irônico, membro do Partido Comunista, Trumbo recusou-se a entregar qualquer informação. Foi julgado, declarado culpado por desacato ao Congresso e preso, em 1950. Começara a caça às bruxas da era McCarthy, e depois de cumprir pena Trumbo estava na lista negra de centenas de profissionais banidos de trabalhar para os grandes estúdios. Atuando por trás das câmeras, por quase uma década viveu de produzir roteiros clandestinamente, a preços medíocres, até que dois Oscars depois, e com o esvaziamento do macarthismo, Trumbo se tornou o primeiro integrante da lista a ser novamente creditado em uma produção, abrindo caminho para o fim definitivo da caça às bruxas em Hollywood.

Trumbo é uma biografia franca de uma figura exuberante, que esteve no epicentro de um dos períodos mais tumultuados da história americana recente. Apesar da notoriedade como escritor e do apogeu como o mais bem pago roteirista de sua época, criador de épicos como A princesa e o plebeu, Exodus, Spartacus e Papillon, nenhuma das criações de Dalton Trumbo é capaz de rivalizar com sua própria história.

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