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O Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares, de Ransom Riggs | Resenha

‘O Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares’: um livro cheio de peculiaridades

Nossa, o título desse livro é tão grande que eu até me perdi na hora de criar um título para a resenha. Mas, enfim…

Depois de ler a sinopse do livro Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares, escrito por Ransom Riggs, publicado pela editora Leya, me perguntei: gente, como eu ainda não li esse livro?!

Pois bem. Acabei de ler. Na verdade, eu não sei bem se gostei ou não gostei… estou pensando.

Mas vou contar para vocês um breve resumo da história.

Narrada por Jacob Portman, um típico personagem de 16 anos pé-de-chinelo, magricelo, cabeçudo e antissocial – como sempre é em quase todos os livros com narradores adolescentes -, a trama começa com mistério. Muito apegado ao avô, Abraham Portman, Jake se vê marcado por suas histórias fantasiosas quanto à sua juventude na época da 2° Guerra Mundial, quando ele, fugindo dos nazistas e dos monstros que pareciam habitar sua cabeça perturbada, viveu em um orfanato, em uma ilha remota, protegido por uma Ave e cheio de crianças peculiares.

Mas quando o vovô Portman é morto sob circunstâncias muito suspeitas, deixando enigmas balbuciados em uma noite assustadora e regada a sangue, a vida de Jake começa a mudar drasticamente. A começar pelo fato de ele ter visto um monstro na mata, bem perto de onde seu avô fora morto, naquela mesma noite, com o corpo do vovô Portman aos seus pés.

E aí que ele se depara com duas possíveis situações: ou ele está ficando maluco, ou as histórias que o seu avô contava não eram tão fantasiosas assim.

O único jeito de descobrir a verdade é seguindo a trilha deixada pelo seu avô assassinado e suas histórias de arrepiar.

Bom, como eu já disse, o livro é narrado em primeira pessoa, pelo protagonista da história. E não tenho nada a reclamar, pois a narrativa é bem fluida e fácil de entender. Chega a ser engraçada em alguns momentos. De vez em quando, eu sentia falta de um pouco de complexidade e amadurecimento do personagem, mas ele só tem 16 anos, então tudo bem.

A trama também não é ruim e os pontos focais do gênero fantástico são bacanas. O autor explora viagens no tempo e pessoas com habilidades especiais. Eu diria que é um livro cheio de peculiaridades. Mas, pessoalmente, eu não gostei muito dos personagens. Não consegui me apegar a nenhum deles e nem senti que algum era indispensável para mim – e isso é péssimo, porque o leitor tem que se apegar, isso faz com que ele sinta, enquanto lê.

Mas eu gostei dos vilões. São bem malvados, um deles chega a atingir o grotesco. Então, eu curti os vilões. Pena que só aparecem bem no final.

Um ponto muito positivo foram as fotos espalhadas por todo o livro. Então, enquanto você lia, tinha a chance de ver uma ilustração – algumas bem assustadoras – do que era descrito na história. Gostei disso.

De modo geral, tenho que dizer que o livro não foi o que eu esperava. A julgar pela sinopse, a história seria quase de terror. E, no início, pareceu mesmo, mas com o andar da carruagem, a história foi adquirindo esse tom adolescente do protagonista. Não gostei muito disso.

Mas que eu tremi de medo no início, eu tremi.

Agora, queridos, imaginem a minha situação. Li esse livro durante o Carnaval, o qual eu passei em um sítio, ou seja, no campo, ou seja, com mato para todos os lados e animais e lama e com um internet péssima… Muito bem… Vocês, muito provavelmente, já viram algum filme de suspense, terror etc, que se passe em uma floresta, onde acontecem coisas muito ruins com os personagens.

E eu estava, justamente, cercada por uma mata fechada e escura ao anoitecer, pelo amor de Deus!

E é claro que eu tinha que querer ler o livro de madrugada, com morcegos gritando do lado de fora da janela, cachorros uivando ao redor da casa e insetos em todos os cantos e todas essas coisas assustadoras. Conclusão: eu quase me depenei de medo nessa parte inicial do livro. E, para me dar uma falsa sensação de segurança, tive que dormir abraçada com o meu cachorro – 5 kg de pura ferocidade em um invólucro fofo em forma de Yorkshire.

Percebem como foi tensa a minha situação?

Mas, enfim, vamos ao trabalho da editora.

A Leya é um nome conhecido e admirado no meio editorial brasileiro e esse livro não deixa, fisicamente falando, muito a desejar. Pessoalmente, eu gostava mais da capa da edição anterior, mas essa não está ruim – ambas as capas empregam um tom um tanto assustador ao livro e eu achei isso equivocado. Mas, no que concerne o restante da publicação, o material está muito bom, como de costume.

Bom, o Orfanato da Srta. Peregrine para Crianças Peculiares não atendeu completamente as minhas expectativas – talvez eu é que tenha lido muito esperançosa -, mas não deixa de ser uma boa obra do gênero fantástico. Não recomendo a leitura, mas tampouco a desencorajo.

2 Comentários

  • Renata Leite

    Oi caroline, pode me informar qual a diferença entre as capas dos livros (Da sua resenha preto e branco com a menina levitando e a outra estilo envelhecido semelhante a um porta retrato) Será que tem diferença de conteúdo ou só muda a capa mesmo?

    • Caroline Defanti

      Oi, Renata.

      Olha, até onde eu sei, não muda nada – nem as fotos espalhadas pelo livro, porque elas também estão no segundo volume, que foi publicado por outra editora. Imagino que seja só porque são edições diferentes.
      Espero ter ajudado. Qualquer coisa, estamos aqui! 😉

      Beijos,
      Carol Defanti

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