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Caraval, de Stephanie Garber | Resenha

‘Caraval’: um jogo surpreendente!

O que é real e o que é ficção? Como distinguir a magia da realidade? O jogo começou, e é preciso abrir bem os olhos, pois nem tudo é o que parece em Caraval, de Stephanie Garber. O livro é um dos próximos lançamentos da editora Novo Conceito, que disponibilizou antecipadamente a obra para os seus parceiros. E, olha, nós adoramos jogar!

'Caraval', de Stephanie Garber
‘Caraval’, de Stephanie Garber / Divulgação Novo Conceito

Na trama, Scarlett é praticamente uma prisioneira de uma pequena ilha. Prisioneira porque ela e a irmã, Donatella, vivem sob o controle de seu cruel e poderoso pai, o Governador Dragna. Para tentar escapar de uma vida regada a punições e agressões, Scarlett aceita se casar com um conde desconhecido, com a esperança de poder sair dali e levar a irmã junto. Mas, desde criança, Scarlett sonha em conhecer o Mestre Lenda do Caraval e, após anos de cartas sem respostas, finalmente, ela recebe o tão esperado convite para participar do Caraval. Justo quando Scarlett não pode aceitar, pois não poderia colocar o casamento em risco. É aí que Donatella arma um plano e sequestra a irmã para levá-la ao espetáculo. O que ninguém esperava é que Donatella simplesmente desaparecesse e Scarlett, agora, se vê obrigada a ganhar o jogo para reencontrar a irmã.

Adoro jogos e magia, portanto, a sinopse de Caraval despertou o meu interesse desde o princípio. Primeiro volume de uma duologia, o livro consegue nos envolver com sua aura misteriosa e despretensiosa, nos transportando para um universo mágico, encantador e surpreendente. A escrita de Stephanie é leve, mas flui muito bem. E, apesar de a narrativa não parecer tão rebuscada, gostei muito das metáforas das cores utilizadas pela autora para representar as emoções da protagonista e do detalhamento dos cenários, dos ambientes do Caraval, bastante criativo e diferente. Aliás, tudo me pareceu um tanto quanto lúdico, o que se encaixa perfeitamente com a premissa da história. Eu realmente me senti conectada com aquele universo.

Quanto aos personagens, embora Scarlett seja a personificação daquela mocinha sofrida, insegura e praticamente submissa, você consegue gostar dela, de verdade. Impossível não tentar entender os seus medos e receios, depois de saber o quanto ela e Donatella sofrem nas mãos do pai e do seu desejo visceral de proteger a irmã. Além disso, Scarlett cresce – e muito – ao longo da narrativa, ou melhor, ao longo do Caraval. Ela precisa amadurecer e praticamente se redescobrir durante o jogo para atingir os seus objetivos, e é muito bacana acompanhar essa evolução. Eu realmente torci por ela!

Donatella, por sua vez, é o oposto da irmã. Destemida, ousada e basicamente inconsequente. Às vezes, chega, inclusive, a ser irritante, mas a relação das irmãs e o amor que uma sente pela outra é emocionante. Praticamente como se uma fosse o complemento da outra, o equilíbrio da outra. E temos Julian. Ah, Julian. O marinheiro misterioso, com segredos mortais, o nosso “mocinho anti-herói”. Ele foi um dos principais responsáveis pela “transformação” de Scarlett na história e eu confesso – romântica que sou – que me deixei seduzir pela interação deles. Quanto aos demais personagens, não chegamos a ver um desenvolvimento significativo deles, apesar de algumas participações bastante relevantes. Acredito que muitas coisas tenham ficado para o segundo livro, nesse caso, o que eu também acho ótimo.

‘Caraval’, de Stephanie Garber / Foto Vai Lendo

Caraval é daqueles livros que você precisa abrir a mente e se deixar levar, pura e simplesmente pelo prazer. É um livro que tem magia, muita emoção e reviravoltas. Daquelas que nos fazem sentir tão perdidos e surpresos quanto Scarlett, como se nós mesmos estivéssemos participando do jogo. É interessante a forma como a autora leva os leitores a acompanhar as pistas juntamente com os seus personagens. E principalmente como o Caraval não se mostra apenas um jogo, mas é quase uma jornada pessoal, na qual os participantes enfrentam os seus maiores medos, revelam os seus segredos obscuros e têm a chance de, talvez, serem aquele tipo de pessoa que sempre desejaram. E, claro, é também um livro de amor, família e redenção. De esperteza e sagacidade. Nós jogamos e mal podemos esperar para participar novamente!

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Jornalista de coração. Leitora por vocação. Completamente apaixonada pelo universo dos livros, adoraria ser amiga da Jane Austen, desvendar símbolos com Robert Langdon, estudar em Hogwarts (e ser da Grifinória, é claro), ouvir histórias contadas pelo próprio Sidney Sheldon, conhecer Avalon e Camelot e experimentar a magia ao lado de Marion Zimmer Bradley, mas conheceu Mauricio de Sousa e Pedro Bandeira e não poderia ser mais realizada "literariamente". Ainda terá uma biblioteca em casa, tipo aquela de "A Bela e a Fera".

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