Samurai Shirô, de Danilo Beyruth | Resenha
A Graphic Novel Samurai Shirô, de Danilo Beyruth e publicada pela Darkside Books, conta a história de Akemi, uma jovem japonesa que, de maneira bem intensa e sangrenta, descobre que o passado dela e de sua família é bem mais complicado do que ela pode imaginar.
E ela descobre isso depois que seu avô é assassinado misteriosamente e ela começa a ser perseguida por membros da Yakuza.
Eu sei que o nome do livro é Samurai Shirô e, de fato, tem um cara chamado Shirô na história. Embora eu tenha notado que o foco se volta muito para Akemi, o Shirô é que me parece ser o protagonista mesmo. Primeiramente, porque ele aparece desde a primeira página até a última. E segundo porque, considerando que depois de ter sofrido uma amnésia grave por causa de uma briga muito violenta que o deixou em coma por dois meses, ele é o primeiro e o maior mistério da história. A primeira pergunta que se faz logo na primeira página é: quem é esse cara?
Então, durante toda a narrativa, há esse conflito entre o mistério que é o próprio Shirô e o passado da Akemi. Mas descobrir o passado de um automaticamente traria à tona o passado do outro. Logo, isso não influenciou tanto assim na leitura, mas ainda assim achei legal comentar.
A história é contada de maneira muito veloz, com muita ação e cenas de luta, katanas, armas, membros decepados, sangue, dever, honra, morre um, morre outro… Enfim, muita coisa acontece muito rápido e acho que foi isso o que me deu a impressão de ser um conto — porque a história tem início, meio e fim e, quando terminou, eu fiquei satisfeita por todas as minhas perguntas terem sido respondidas.
Mas essa velocidade também foi, de certa forma, um problema porque, mesmo lendo duas vezes — eu gosto de ler HQs duas vezes —, eu não tive tempo de me apegar a nenhum personagem e nem de curtir muito a história. Então, eu terminei, dei de ombros e peguei outra coisa para ler. Não é assim que costumo fazer, eu gosto de refletir sobre a história enquanto leio e depois. Mas não senti vontade e nem necessidade de fazer isso dessa vez.
Por outro lado, eu gostei da seriedade da história, isso deu a ela certa verossimilhança. E também curti pela ambientação ser no nosso lindíssimo Brasil, a maior parte na Liberdade, em São Paulo.
O chato foi que, antes de alcançar a metade do livro, eu já tinha sacado tudo e desvendado todos os mistérios — e olha que eu nem li o final, como costumo gostar de fazer. Ou seja, a história é monotonamente previsível.
Mas a arte é linda, o traço é muito bonito. Eu adorei.
Quanto ao trabalho da editora, achei muito bonito e bem feito. Mas admito que fiquei um pouco balançada quanto à capa. A arte em si está lindíssima e muito condizente com a história, porque parece imitar o estilo dos desenhos que se vê em tatuagens de gangues japonesas e em artes antigas do Japão. Mas o título também está em japonês — inclusive, usando um caractere japonês. E, como eu não falo e muito menos leio bulhufas em japonês, não posso dizer que sei o que significa; imagino que seja o título do livro, certo? Não faria muito sentido ser outra coisa.
A experiência com o livro Samurai Shirô teve seus altos e baixos. Não vou mentir e dizer que adorei a leitura, mas também não vou desmerecer a obra e falar que não é boa. Com certeza, já agradou e ainda vai agradar outros leitores.